E as luzes de Natal invadem a cidade


As luzes de Natal já invadiram a cidade! E o nosearede comemora o seu primeiro Natal. Continuamos na expectativa de provocar risadas, tentar emocionar, informar, incentivar reflexões, ou apenas desabafar nossos sentimentos. Neste não lugar (como diz a Luana) temos o intuito de fortalecer, criar e interligar os nós da rede. E assim, o blog ganha formas, com suas diferenças que formam um todo bem interessante. Vale ressaltar o nosso desejo de desejar um FELIZ NATAL a todos aqueles que visitam o NOSEAREDE. E também a equipe, sinta-se abraçada, em qualquer lugar que esteja. (Abraço especial para a Luana).

Que as luzes de Natal não iluminem apenas a cidade, mas também os nossos corações!!!!

FELIZ NATAL!!!

Muito trabalho, muita sorte!

http://www.thepeaksresort.com/


A falta de tempo para escrever no blog esta ligada a dois motivos: muito trabalho e muita sorte. O primeiro deles e bem obvio porque estou aqui em Telluride para trabalhar mesmo! Apesar de nao conseguir o segundo emprego ainda, o trabalho no The Peaks tem me ocupado bastante. Quando comecei o trabalho nao sabia o que era um hotel de luxo, mas logo logo aprendi. Um hotel de luxo e a quele que possui suites de 3000 dolares por noite e que oferece servicos de spa, academia e mil e uma frescuras que rico gosta. Oferece tambem casas de 3 andares dentro do predio do hotel (sao as penthouses) e cabines externas com decoracoes inacreditaveis. As fotos que colocarei depois dispensarao descricoes. Neste ambiente estou la feliz "limpante" e "arrumante" de quartos. Eu digo:"nois e pobre, mas se diverti".
Bem, o segundo motivo e a sorte. Logo no terceiro dia de trabalho, o hotel promoveu a festa de Natal dos funcionarios, eu comi como uma ursa** faminta. Alem disso, fui agraciada com um ipod shuffle no sorteio feito pelo papai noel (fiquei pouco feliz...nuuu). Sorte de principiante! Sorte ao ganhar ipod, sorte ao nao ter tempo de escrever no blog por ter encontrado em Telluride muitas ocupacoes:

a) roommates que adoram conversar ate altas horas;
b)workmates de varios lugares do mundo: Peru, Guatemala, Australia, Mexico, os americanos e os argentinos...eles me ocupam (principalmente os argentinos...rsrssrs) porque chamam para as festinhas e eu vou.
c) Ah...os argentinos: simpaticos, adoraveis, educados e lindos (varios deles). Sao alegria da mulherada...prefiro nem comentar.


Bjo brasileiro


Luana de "day off" hoje.


** acabei de lembrar de algo engracado: em Telluride existem placas espalhadas pela cidade ensinando as pessoas como se comportar em caso de ataque de ursos. Sao orientacoes do tipo: nao corra, nao ofereca comida para o aninal (tipo o seu braco??), nao olhe nos olhos do animal (essa e otima), abaixe-se e finja de morto ate que ele va embora (fingir e uma boa ideia).

Sinto muito


O balanço não era mais usado como nos velhos tempos. Nem se ouvia mais a alegria das crianças correndo pelas ruas. Tudo estava deserto. E o sentimento produzido era de um incômodo e profundo mal estar. Sinto muito! Tentei dizer, depois de pensar muito, mas era tarde, quem deveria escutar não estava mais ali. E o balanço, agora enferrujado, era um estorvo para os moradores da rua. Numa votação acabaram decidindo retirá-lo de lá. Era tão difícil para mim. O que vou dizer a você quando voltar e não encontrá-lo mais? Sinto muito? Não! Não poderei dizer, é demais para mim! Ah! Se tivesse dito da primeira vez, pronunciado estas duas palavras tão simples. Talvez não tivesse que dizer agora. Logo agora! Sei que vai doer muito mais. Saio atrás do vento. Ele me guia até o velho balanço, agora condenado, que range a música que o vento lhe dita. Aproximo. Crio coragem. E digo para ele tudo o que desejei ter dito a você. Diante de duas testemunhas. (O vento e o balanço). Lavo minha alma. Finalmente, falo o que deveria ter dito há tempos: SINTO MUITO.

Livro de Hitler ganha versão mangá no Japão


Bitte schön!

Se era bom, ficou ainda melhor! O post abaixo é destinado a nossa amiga Alba, apaixonada por quadrinhos e pelas histórias irradiantes do nosso Admirável (eu disse admirável e não adorável) artista e líder político, "führer".

Para quem já leu "Mein Kampf" (em português, Minha Luta), livro escrito na prisão por Adolf Hitler, sabe que é um ótimo livro para os adoradores de história (em particular a época conturbada do "entre-Guerras"), e para quem deseja tentar compreender um pouco a mentalidade desta personalidade que foi figura chave na evolução do mundo da forma que vemos hoje. Podemos tentar entender de onde ele tira todo aquele ódio descabido contra os judeus, como outras coisas que passam pela cabeça desse que foi um grande manipulador de massas.

O objetivo deste post é divulgar que 2 polêmicos e famosos livros acabaram de ganhar os traços do mangá no Japão. Como você, leitor, já deve estar imaginando, um deles é o Mein Kampf, que chegou às livrarias japonesas em novembro. Agora, em dezembro, é a vez de O Capital, de Karl Marx. (ps: tenho certeza que esta notícia será muito bem recebida por certas pessoas aqui, aguardem os comentários)

A iniciativa foi da editora japonesa East Press, que resolveu incluir estas duas obras na sua coleção Clássicos da Literatura em Mangá.

"A idéia é oferecer ao leitor a possibilidade de ler um clássico e entender os conceitos em apenas uma hora", explicou o editor-chefe Kosuke Maruo à BBC Brasil.

Mein Kampf é um livro polêmico, pois contém as sementes da ideologia anti-semita e nacionalista que marcou o nazismo. "A idéia não é apresentar Hitler como vilão ou herói, mas apenas mostrar quem era e o que ele pensava. Não estamos preocupados com polêmicas", disse Maruo.

O editor lembra também que o livro, cuja publicação e venda são proibidas em alguns países, já foi editado no Japão. "Além disso, todo mundo já conhece a história inteira e como os nazistas pensavam", reforça ele, que diz não ter recebido até agora nenhuma reclamação de leitor.

O mangá conta a história do líder nazista, desde a infância, até culminar na Segunda Guerra Mundial. Fala também do ódio que ele sentia pelos judeus. "Vendo a história de vida dele, não dá para achar que era uma pessoa totalmente ruim. Ele era apenas uma pessoa triste", defendeu o editor-chefe.

Entre as obras conhecidas da literatura e da filosofia que viraram mangá pela East Press estão Crime e Castigo, de Dostoiévski, Fausto, de Goethe, Rei Lear, de Shakespeare, e Guerra e Paz, de Tólstoi.

Fica aí, então, mais uma dica cultural para quem gosta de uma boa literatura!


Auf Wiedersehen!


obs: os dados acima foram retiradas de notícia divulgada no globo.com

Meu primeiro (e ultimo espero) acidente de snowboard

Dear friends,

Ontem numa manha linda de sol em Telluride, acordei animadissima para comprar meu snowboard. Uma super promocao me levou ate a loja pra gastar 50 dolosos e obter o objeto dos sonhos que me levara para mil aventuras no gelo. Pensem voces, meus amigos, o quanto eu me divirtirei. Porem, pensem tambem que sou eu: azaradinha, desastrada, zero de coordenacao motora. Enfim, juntem a empolgacao de primeira vez na neve com o ser desastrado que aqui vos escreve. Levando em consideracao todos estes pontos vejam bem a historia que vou contar:
Sai da loja feliz e saltitante (mais ou menos saltitante, porque a prancha e pesada pra caramba). Peguei um onibus para evitar a fadiga e me dirigi para a gondola que teoricamente me levaria, BEM, para casa. Ou seja, eu nao fui esquiar, nem tentar. Apenas fiz o caminho de volta para casa e mesmo assim consegui produzir um episodio (semi-tragedia) com o "snow". Entrei na gondola, acompanha da amiga Aninha (tambem com "snow"), e passeamos felizes ate a estacao. O momento tenso da "viagem" foi justamente a chegada. E fato que ja estamos acostumadas a andar de gondola e sabemos que na chegada ela balanca muito. Mas nao estou acostumada a andar de gondola carregando um "snow". A cena foi essa: eu sentada com a prancha, que estava na posicao vertical, entre as minhas pernas. Estava esperando o momento de descer quando consegui tomar uma porrada no nariz produzida pelo impacto da gondola no "snow" e dele no meu rosto. Resumindo o snowboard me nocauteou. Estou roxa ate hoje, mas nada que um gelinho matinal nao resolva. Nao se preocupem, na minha casa existem duas estudantes de medicina, mas nem precisei incomoda-las. Tirando a vergonha que passei ao descer da gondola com o nariz roxo e o susto de achar que tinha quebrado o nariz, o resto ta beleza!
Bom e isso....acidentezinho, incrementando com uma dramatizacao sensacionalista.
bjo brasileiro

Madagascar 2


Well...well...well..

Vi o filme ontem, achei muito bom! Acredito que no Brasil deva estrear esta semana, entao nao percam. O Alex esta mais fofo do que nunca e os pinguins sensacionais. O mais legal foi assistir a este filme de graca no cinema de Telluride com todas as criancinhas americanas lindas. Elas riem e fazer interjeicoes engracadissimas.

Passei por aqui rapidinho so para dar esta dica!


bjo brasileiro
ps> comprei um snowboard, comeco a skiar neste final de semana.

see ya...

A menina que amava Cazuza




Não tenho um poster dele no quarto. Não que eu não quisesse, mas não posso, né! Poster dele no quarto?? Acho que iria contra os seus princípios. Bom! Ele era o amor da minha vida. Ops! Ainda é. E não interessa em nada as coisas que escuto sobre ele. Maluco, filhinho de papai, transviado, maconheiro, doidão. Aí não, né! Bom! Nem importo com esses comentários pobres. O caso tá no mais alto grau da paixão. Realmente é um amor exagerado. Não obsessivo e sufocador, isso não. Músicas ao pé do ouvido, poemas de amor, da vida, da merda da vida. Por que não? Amor também é dizer ao vento sobre tudo. Senão, não é verdadeiro. E este amor já foi testado, e olha que não foi besteirinha de adolescente. Foi coisa grande mesmo. E tudo foi provado num momento muito desolador. Tanto para ele, quanto para mim. Ai, ai, ai, * suspiros. Acho que vou falar um pouco dele. Fui falando do nosso amor assim do nada. E ninguém sabe quem ele é. (Mas olha que tem dona enhhh). Ele é um cara que tem música no coração, isso é muito raro hoje em dia. O cara viveu num momento conturbado e importante da história brasileira (Como eu queria ter vivido nesta época - processo de final de ditadura e re-estabilização do pais). Ele nasceu em 1958 (Olha! idade não é um problema para nós!) Bom, esse é um caso de amor autêntico, não se esqueçam. Exatamente, no mesmo mês que eu, nasceu o poeta brasileiro. Em abril de 1970, o garoto da classe média carioca já curtia Janis Joplin e Led Zeppelin (Ai, ai, ai. Assim, não tem quem não apaixone!). No início dos anos 80, invadiu no cenário da música no Brasil. E para os ávidos por novidade dessa década, o grande privilégio de ver a Cazuza a frente de uma banda de rock. E, olha, ele tem uma característica marcante . Alguém que fala de nossas mazelas e míseras. (Porque queremos maquiar a mísera e a corrupção? Devemos moldar um pais autêntico, de fato.). E, se hoje, ainda existe preconceito (para mim isso é coisa de gente pequena, que vive num mundinho único e fechado) em relação a AIDS- estou falando de um exemplo de luta pela vida. Uma pessoa que deixou reações e medos de lado e falou em público sobre sua doença. Não é por acaso que foi denominado poeta. Suas músicas tocam o coração. Seja o Cazuza, da época do Barão Vermelho, seja o da época da carreira solo. A paixão só foi ganhando proporções gigantescas. E no início de sua carreira solo, eu nasci. (1985, mas é segredo, não conta para mais ninguém) E seja nas músicas mais ácidas, escritas já quando estava bem doente (Me identifico com todas elas). A paixão só foi aumentando. Até que, o grande amor se foi, em 07 de julho de 1990. *(Tá! eu não sou maluca. Nunca ouviu falar de paixão?!? é algo muito maior que idade ou presença física.). Como eu adora seu apelido, (nos identificamos em muitas outras coisas). Frequentou por pouco tempo o curso de comunicação. Apesar de um pouco intensa (Para não dizer mega exagerada). Continuo afirmando que isso tudo não é delírio. ( Mesmo que as pessoas insistam em me chamar de louca, maluca, piradinha) Nem alucinação. Isto porque, "o nosso amor a gente inventa pra se distrair e quando acaba a gente pensa que ele nunca existiu...".
E se poucos o chamam de Agenor Miranda de Araújo Neto, prefiro chamá-lo carinhosamente de Cazuza (Como a maioria o conheceu). E falar abertamente do nosso caso de amor. De um garoto carioca inquieto e uma garota que sonha em abraçar o mundo. De um poeta e cantor e uma garota sonhadora. Que realiza todos os seus sonhos. Nem que seja apenas em seus próprios, SONHOS!


* O intuito do texto não é, em nenhum momento, um relato piegas. Só conta um pouco, ou tentar, sobre Cazuza de um jeito um pouco diferente. Um cara que tinha o dom de compor letras que tocam a alma. Dominava as palavras como se fosse a coisa mais fácil do mundo. Fica até difícil saber quem é a menina que amava Cazuza.

"Às vezes, fico triste, mas não consigo me sentir infeliz. Acho que o tédio é o sentimento mais moderno que existe, que define o nosso tempo. Tento fugir disso, pois tenho uma certa tendência ao tédio. Mas, felizmente, eu sou animadérrimo! Sou muito animado pra sentir tédio. Sou animado à beça, qualquer coisa me anima. Se você me convida pra ir à Barra da Tijuca, eu já digo logo: Vaaaamos!!! Qualquer besteira me anima. Tudo que já passei na minha vida não conseguiu tirar essa animação". (CAZUZA)

Bom humor X mau humor















O que me faz feliz em Telluride:

- Conhecer amigos americanos: Ronald, Robert, Matt, Lewrie, Miguel....
- Conhecer amigos brasileiros: Aninha, Gabriel, Rafaela, Barbara, Marina, Ivan...
- Conhecer peruanos e argentinos...
- Me virar na cozinha (com minha super assistente Aninha)...
- Ter um sorriso a cada esquina das pessoas dizendo bom dia, como vai?...
- Ir todos os dias a biblioteca mais sensacional de todos os tempos...
- Falar, assistir filmes e ler em ingles...
- Ver a neve cair e os cristais brilhando quando o sol chega...
- Andar de gondola...
- Caminhar na neve fofa e cair para os americanos rirem de mim (foi assim mesmo que aconteceu)...
- Morar em um lar doce lar, agora quentinho depois que um moco simpatico arrumou o aquecedor...
- Comer Häagen-Dazs baratinho....
- Me divertir com as embalagens gigantes de tudo (tudo aqui e muito grande)...
- Andar de moto na neve descendo uma super ladeira de ski em alta velocidade (eu, aninha e o motorista Lewrie)...
- Ver as criancinhas americanas falando ingles (parece normal, mas e uma fofura)
- Carinhar os cachorrinhos de Telluride que sao lindos, peludos, educados (assim como seus donos que pegam o coco no chao com uma sacolinha que fica pendurada em postos a cada esquina da cidade). ps> os cachorros as vezes sao gordos, ontem vi um com uns 200 kg.
- Ficar com o cabelo liso e macio (a neve faz este efeito nao sei porque)
- Saber que as pessoas aqui se importam comigo, de onde venho, o que faco, para que estou aqui; e que elas fazem questao de tornar minha estadia mais agradavel. ps> ontem conheci um senhor muito simpatico que falou: seja persistente em tudo que faz, ninguem disse que estar em outro pais seria facil. Ele citou um filme de um menino que sonhava em ser professor, mas tinha uma doenca que o fazia tremer o pescoco, enfim, todos riam do garoto. Mas o garoto nao desistiu, o senhor nao me contou o fim do filme, mas suponho, pela mensagem, que o garoto alcancou os objetivos.
- O free box
- Saber que um dia volto para o Brasil...

O que me deixa meio brava em Telluride:
- O frio (as vezes me deixa mau humorada)...
- Perder as coisas (ja foram 2 brincos na neve)...
- Procurar segundo job...
- Nao ter telefone...
- A crise economica americana...
- Falar menos do que no Brasil por nao ter tanta habilidade com a lingua...
- Acordar com o "pi pi pi" da maquina que retira o gelo na porta da minha casa.
- Andar enquanto esta nevando e sentir a neve derretendo em mim quando entro em algum lugar quente.
- Sentir nariz sempre sangrando, por causa do ar seco...
- Sentir cansaco em qualquer caminhadinha, por causa da altitude...
- Gastar meia hora a mais para sair de casa colocando mil roupas, uma em cima da outra.
- Ter o fuso diferente do Brasil (5 horas), e um saco ter que pensar em ligar cinco horas antes do ideal.
-Saber que um dia volto para o Brasil...


















bjo brasileiro.

Telluride, CO - USA







Primeiros passos na neve

Dear friends,

Em três dias fora do Brasil, entre viagem e chegada em Telluride já tenho um livro para contar, nem sei se consigo expressar aqui no blog minha felicidade e empolgação. Pareço uma criança com brinquedo novo. O apogeu da regressão ocorreu quando eu vi a neve (1), retornei aos 4 anos de idade.
Sai de BH na quarta-feira 16h10 e iniciei a longa viagem, primeiramente para São Paulo, depois Dallas e Denver. Estas duas últimas merecem comentários de turista porque realmente fiquei maravilha com o que vi. O aeroporto de Dallas é uma cidade, lá dentro você viaja de metrô para se locomover de um portão de embarque a outro, isso foi incrível. Ao chegar em Denver mal pude acreditar quando de dentro do avião vi a cidade totalmente branca. Eu me perguntava, "Senhor, isto é neve?" . Enfim, era. Foi o frio mais bem vivido que já experimentei. Dai em diante, alguns problemas(2) de percurso, pois peguei um ônibus para Telluride e ele quebrou no caminho. A viagem atrasou 12 horas, mas tudo bem, conheci cidades como, Vail e Grand Juction, nem preciso dizer ...sensacionais!
Conheci pessoas muito legais com as quais pude me assegurar de que EU FALO INGLES. Vocês não sabem o quanto é bom ser testado em outra cultura, é um desafio instigante As pessoas aqui são extremamente receptivas e educadas. Quem nunca saiu do Brasil nem pode imaginar como é. Todos te cumprimentam, conversam, sorriem, é algo surpreendente para um povo tão estigmatizado internacionalmente. Digo isso porque durante a longa viagem de ônibus conheci pessoa legais. Triste foi saber que três caras dos quais eu fiquei amiga eram ex-presidiários e estavam voltando para casa após alguns anos de cadeia. Quando soube disse morri de medo (3) deles, mas nem precisava porque eram pessoas boas, eu tive certeza disso.
Assim que cheguei em Montrose, cidade próxima a Telluride (onde moro) fui fazer compras no Wall Mart. Consegui comprar muita comida com 22 dólares, quase chorei de emoção. Inclusive, podem acreditar eu voltarei gorda, tudo aqui é muito gordo(4).
Agora a melhor parte: Telluride.
A cidade é maravilhosa, quando eu puder mandar as fotos, vocês verão. O apartamento onde moro com mais 4 brasileiras é muito legal, tem coisinhas impressionantes dentro dele, minhas amigas donas de casa iriam amar! Até eu me apaixonei. Ontem, depois de um banho, de banheira, fui passear na cidade. Aqui 18h já é noite mesmo, e o frio ta matando. Experimentei a péssima sensação de ter partes do corpo congelados, inicialmente divertido, depois preocupantes (5). Passear aqui é muito legal, porque o meio de transporte é aéreo, mas não é avião! São gondolas no meio das montanhas.. não consigo descrever a visão norturna de montanhas congeladas, céu estrelado e uma cidade bem pequena lá embaixo. Moro de um lado das montanhas, pego a gondola para atravessá-las e chegar ao centro (6) da cidade. E algo para ser vivido não dá para contar! Existe um ônibus free que roda toda a cidade (o motorista e divertidíssimo), e inacreditavelmente não atrasa nem um minuto. Que bom, porque ninguém merece congelar esperando ônibus, digo isto para vocês terem noção do frio. Nao é frio do Brasil, lembrem-se é friozinho de -10 ou -12 graus. Todo estes transportes são free, além de livros, dvd e internet. Estou neste momento na biblioteca onde tenho acesso tudo isso de graca (7). Daqui a pouco vou ali na free box, um local onde as pessos desepejam tudo que não precisam mais: roupas, eletros, objetos, sapatos...etc. Vou me jogar lá, espero achar coisas legais, vou sair de lá como se tivesse ido ao shopping fazer compras. Telluride é uma cidade muito rica e muito cara, as pessoas estão aqui exclusivamente para gastar dinheiro nas estações de ski e resorts. Com exceção dos estudantes estrangeiros que vem para trabalhar e os moradores que são geralmente velhinhos simpáticos. Ontem um velho simpático convidou a mim e uma colega para tomar um chá na casa dele quando quisermos, me pareceu muito solitário. Fiquei bem tocada com convite porque percebi a solidão na voz dele. Não pudemos ir ontem, mas qualquer dia desses iremos.
Enfim, por enquanto é isso. Isto é um dia em Telluride, resumido mas emocionadamente descrito. Espero poder contar mais bilhões de coisas legais. Quanto a paisagem daqui não vou ficar descrevendo porque as imagens dipensarão palavras.

Se quiserem saber mais mandem e-mail.
bjo brasileiro
see ya!


(1) A neve é fofa e quando você pega é igual farinha.
(2) Nunca foi tão legal esperar por um novo ônibus, fiquei passeando por Vail.
(3) Medo e eufemismo eu quase me borrei todinha.
(4) Um hambúrger me sustentou por 12 horas, isso foi incrível.
(5) Vou me cuidar melhor - leias-se passei aperto e dor quando meu pé congelou.
(6) Uma main street e outras ruazinhas. Não se enganem tem muita coisa lá!
(7) Brasileiro q é brasileiro usa tudo que e de graça feliz da vida..to fazendo isso!!

Papagaio de seda



Em uma tarde ensolarada de vento forte, o pequeno garoto observava os papagaios no céu. Eram tão belos que muitas vezes seus olhos se embaralhavam com tanto colorido. Era desejo seu estar lá, mas era pequeno ainda. Isso era o que sempre escutava de sua mãe, que não cansava de repetir todos os dias quando ele saia para brincar. Contudo, sempre insistia que não tinha problemas, não iria machucar. Falou tanto que certo dia sua mãe lhe derá um caixotinho. Ficou muito feliz, só pensava em correr no outro dia e ver ele flutuar nos céus. Porém, seu sonho acabou virando pesadelo. Todos os meninos começaram a rir do garotinho, naquele dia acabou ganhando o apelido de caixotinho... Nunca mais saiu com ele. Contentava apenas em olhar as outras crianças e a beleza das pipas no céu. Muitas vezes ele perdia-se em seus pensamentos, imaginando com era possível ir tão alto. Como seria bom ser um papagaio, bem vistoso, colorido, deslizando nas curvas imaginárias do vento. Seus pensamentos, muitas vezes, eram interrompidos por uma bola que lhe acertava, ou quando os garotos pediam pra pegar a bola lá em baixo. Num desfiladeiro que dava para uma mata. Ele sempre ia, por ser prestativo e também porque muitas vezes encontrava alguma flor diferente. Flores silvestres, tão brilhantes. Certo dia ele tentou fazer um papagaio, só que era pequeno e os mais velhos não queriam lhe ensinar. Frustrado desistiu. Chegou em casa bem tristonho. No outro dia, como era habitual ele saiu para o campinho. Já estava acostumado. Só ele ali, os mais velhos jogavam bola, outros subiam pra soltar pipa... E assim, sucessivas vezes. Dias e dias. Somente observando.

Hoje, o pequeno garoto não é mais tão pequeno. Apressando dirige pela ruas congestionadas de sua cidade. Está tão atarefado, tem tantas coisas para fazer...
O telefone toca, sua mulher reclama de sua falta de tempo, o filho reclama a presença do pai. De repente, o
trânsito já lento, para por completo. Desliga o telefone, diferente dos outros motoristas sai do carro para saber do que se trata. Um acidente a frente vai fechar a pista por horas. Começa a caminhar. Depara-se com um pequeno garotinho sentado observando as pipas no céu. Indagou o porque do garoto estar só. E ele disse que era muito pequeno, e os outros não o deixavam brincar. O garoto não estava triste. Então, perguntou novamente. De modo que, o garoto lhe explicou que mesmo não participando das brincadeiras, sentia-se bem. Era como se estivesse livre. Revelou que sempre que buscava a bola dos garotos que caiam num desfiladeiro próximo, deparava-se com belas flores, e isso nunca contará para ninguém. Os meninos acabavam zelando por ele, que era amigo de todos. Surpreendeu com a resposta do garoto. Contudo, o susto foi maior, o barulho ensurdecedor de buzinas e gritos de motoristas insanos. Voltou apressando para o carro. Olhava para o garoto já distante que lhe acenava. Em casa, já cansado. Não estranhou com o silêncio. Na janela, ficou parado, por bastante tempo. Visualizou luzes da cidade. Tão belas. Pouco a pouco as luzes foram apagando. Uma a uma. As mais distantes. As mais próximas. Sentiu-se só. Parou e lembrou do menino. Não do garoto que conhecerá a pouco, mas de si mesmo tempos atrás. Não se sentiu mais sozinho. Lembrou da liberdade. De como era bom se sentir livre. Lembrou do garoto, bem vivo. Dentro de si. Então, sentiu-se bem.

I miss you already

Friends,

Este não é um texto de despedida, é apenas uma marcação da nova etapa. Uma grande vantagem da internet é a possibilidade de estar lá e cá, em tempos iguais nos fusos mais diversos. Eu estarei lá <http://en.wikipedia.org/wiki/Telluride,_Colorado> e, também, aqui no “Nós e a rede”, sem saber definir qual destes lugares é real ou virtual. Tô saindo do Brasil, mas não da rede. Por isso quero tentar escrever aqui minhas experiências nos EUA, não sei se conseguirei, mas pretendo. Aproveito para agradecer a surpresa sensacional do “Nós e a rede” e para desejar:

Aos filhos da puc, boas férias...

Aos amigos de projeto experimental, boas leituras (to zuando bom descanso)...

Aos embratelinos, bom trabalho...

Aos familiares boas festas...

Aos meus pais tranquilidade, pois eu volto...

Às amigAs bom reveillon e carnaval, se sentirem calor lembrem-se que eu estarei no gelo, pode ajudar a refrescar (pelo menos a memória)...

Aos amigOs, juízo...

À melhor amiga, bom descanso de 3 meses (espero que você sobreviva, assim como eu sobrevivi 1 ano sem você)...

Ao “Nós e a rede”, sucesso e inspiração...

À todos um bom tempo sem “uma Luana incomoda muita gente”.


Amo vocês!

Bjo brasileiro,

Bye.

Quem vai...

Quem vai sempre volta! E sempre fica...



SURPRESA!!!!!!


Bom, esta é uma forma bem singela que o “Nós e a rede” juntamente com os seus leitores mais assíduos arrumou para se despedir (mesmo que por pouco tempo), desejar sucesso e os melhores votos a nossa amiga e companheira de blog Lulu (alma livre escalando sonhos impossíveis), que ficará fora por alguns meses para uma experiência única de intercâmbio.


Por mais recente que seja o blog, os textos da Lulu, únicos e inigualáveis, coincidem com tudo o que vem pela frente na sua vida nos próximos meses. A primeira experiência será um grande desafio e uma excelente oportunidade de abertura ao novo, ao mundo!


Você que partiu do "The First Time", dos belos primeiros momentos e também nos fez apaixonar com ótimas dicas, de Salvador, Isabel, Paula e companhia. Nos encantou com poemas, como "Batatinha quando nasce". Com humor apresentou em "Aprendam a ficar breguechenkos", os seres misteriosos e divertidos que precisam sair do anonimato. (como esses seres estão aumentando, enhh?!?).


Agora, não esquece de contar para gente se as meigas também estão comandando pelas bandas de lá (Estamos morrendo de curiosidade).

Certos de que quem vai sempre volta e ao mesmo tempo fica guardado em nossas lembranças, desejamos a você, Luana, sorte nesta nova etapa. Que seja mais uma experiência inigualável de amadurecimento na sua vida. (Abraça parte do mundo pra gente, ok!)


E para isso tudo não ficar com cara de despedida, vamos parar por aqui, por enquanto. Não somos poetas, mas sabemos muito bem mostrar para você o quanto é especial em nossas vidas. Aliás, o que seria da rede sem os nós?

E assim que puder não deixe de passar por aqui para nos contar um pouco sobre as suas aventuras. Os leitores aguardarão ansiosos por fotos e notícias sua!


Felicidades!


:: Nós e a rede::

S.O.S - SC

Parece cena de filme. Mas é pura realidade. Santa Catarina está desolada. E a imagem é a mais real possível. Infelizmente.



Quando me deparei com a cena de desolação causada pelas chuvas em Santa Catarina, nestes últimos dias, lembrei do Saramago e de Ensaio sobre a cegueira, principalmente, da cena em que as lojas são saqueadas. Em que a fome e o extinto de sobrevivência falam mais alto. No caso de ambos, a chuva é um personagem comum. Tanto no livro quanto em Santa Catarina. Contudo, a chuva no estado brasileiro fez estragos, vitimou pessoas e destroçou casas. E, a chuva, em ensaio, é o que faltava para reavivar o instinto humano que estava perdido. Perder tudo o que se tem, conquista de muitos anos de trabalho. Perder a visão. Não ver o mundo, suas formas e cores. Não ter nada, se ver perdido, ilhado em incertezas. Parei para pensar que talvez a realidade não esteja tão distante da ficção. Talvez se completem. Estejam ligadas. O instinto de sobrevivência fala mais alto. Mas a humanidade se expressa por meio da solidariedade. Do ato humano, de ajudar o outro. Sem esquecer que a humanidade não pode ser perdida, pois está incutida em nós. Pode ser que, por um momento, para que a humanidade seja resgatada. A solidariedade tenha que renascer.

A demoniocracia do capetalismo

Afinal, a culpa é sempre do capitalismo, não é mesmo?!


Muita gente fala em democracia, mas a força financeira tem sempre o poder de corromper tudo. E você, acha que é racional pensar em democracia numa sociedade capitalista??
Pelo sim ou pelo não, "Ética", "Democracia", "Cidadania", "Igualdade", "Liberdade", entre outras expressões, são somente argumentos inúteis que nada dizem, apenas ocupam espaço na mídia e nos discursos, enquanto o poder econômico é visto como militante da ditadura, espalhando o terror do holocausto na humanidade.

Foi-se os tempos de brilho intelectual das décadas passadas. Hoje, em pleno século XXI, vivemos uma mediocridade neoliberal que só produz o rebotalho, capaz de proferir por trás de uma verborragia absolutamente supérflua. Toda a economia deste começo de século volta-se a uma redução do horizonte epistemológico aos interesses do capital especulativo em detrimento do ser humano que vive, trabalha e ama (ou pelo menos tenta ser como tal).

Engana-se quem acha que foi abolida a escravidão. Hoje, muitos homens trabalham para ser escravos modernos, submissos do capitalismo. Trabalham para ganhar dinheiro ou para acreditar que ganham. A verdade é que a esmagadora maioria da nossa classe trabalhadora já nasce escrava, cresce no pelourinho da rotina, com os açoites ardentes do capitão-do-mato (patrão), trabalha no eito do escritório, com algozes como companheiros de lida, e morre no anonimato da nulidade.


A história se repete todos os dias e o povo está cansado deste fascismo democrático, instaurado pela nossa “demoniocracia”. Mas diante das dores que assolam o mundo ninguém se pergunta, afinal, de quem é a culpa??

Não! A culpa não é do capitalismo! Poderia até me ater a explicar brevemente o seu conceito, assim como isto poderia também me levar a analisar do mesmo modo as religiões, o comunismo, o socialismo, etc. e ver que a culpa não são das idéias. A culpa é que, depois disso tudo, há o homem, o eterno pecado original! (e criador do nosso sistema capitalista)

Quero deixar claro que não cabe aqui a discussão da minha posição a favor ou contra o sistema, mas sim mostrar que ele se estende ao caráter humano. E para que se possa consolidar qualquer ideologia que se proponha a regular ou impor a conduta humana, é necessário uma certa confiança no ser humano, e é aí que começa meu ceticismo, pois até agora a história revela que Hobbes tinha mesmo razão (infelizmente) quando dizia "homo homini lupus" (o homem é o lobo do homem).

Morte ao totalitarismo



MORTE AO TOTALITARISMO

Bem! Não tinha compreendido muito bem o que significava aquele termo. Acho que era porque escutava poucas vezes, talvez fosse por causa da pouca idade. Não sei!
Levantei a mãozinha um pouco temerosa!
- Professora? O que é totalitarismo?
Ela ficou meio assustada e me respondeu algo que satisfez naquele momento.
Alguns anos depois percebi o motivo pelo qual a professora não falou o sentido real do termo. Não tinha nem chegado perto. é triste perceber como os sonhos de criança podem ser mortos por causa do totalitarismo. Talvez ela não desejasse matar meus sonhos. Talvez!
Pra mim qualquer tipo de totalitarismo, seja político ou ideológico é prejudicial a paz e ao sonhos infantis.
Uma idéia absoluta pra mim é totalitária. Acredito que os conflitos e guerras acontecem no mundo devido a idéia que desenvolvemos de ser melhores que outros povos. Com este pensamento estou indo além na essência da significação de tal palavra. Acho que estas lembranças voltaram depois de assistir "Persépolis" (2007).

Hq's e o mundo real


Emaranhado de conceitos e histórias na produção de uma animação. Desenho, animação, emoção, realidade, complexidade histórica, jogo de imagens e reflexão. Isto e muito mais é Persépolis - não posso reduzir este filme a poucos termos, seria injusto-. Quando você vê a capa desta animação, nem imagina que a história vai muito além de histórias infantis. E se, por algum motivo, tem preconceito em relação as adaptações de histórias em quadrinhos, pode esquecer agora! A Hq's que serviu como base para a animação é de Marjane Satrapi, cartunista iraniana, que presenciou a revolução islâmica e suas consequências trágicas em seu pais. Passou por momentos difíceis da história do Irã, ditadura, idéias retrógradas, perseguição, machismo e preconceito.

Ruínas de Persépolis

Vale muito assistir a "Persépolis". A animação em 2 D, autobiográfico, além de ser preto e branco, relata a história de uma garotinha que vive com sua família em Teerã (1978) e presencia a Revolução Islâmica em seu país. E é a pequena Marjane, de nove anos, que
mostra todos os aspectos dessa revolução no dia-a-dia. O legal é que o desenho tem um caráter lúdico, é como se estivesse saindo da cabeça de uma criança. Persépolis revela como a liberdade vai sendo cerceada pelos fundamentalistas e como as pessoas fazem para continuar tendo esperanças. A produção é capaz de sensibilizar e encantar ao mesmo tempo. A inteligência, sensatez e humanidade da personagem central, Marjane, conduzem a história, assim como o conflito vivido no pais. Mostra que não é um grupo totalitário que vai desfazer os planos e sonhos de um povo, muito menos de uma garotinha. Não tão garota mais, que acredita, sempre, que dias melhores virão.
Além de mexer com a sensibilidade do espectador, Persépolis não deixa de ser leve e gostoso de assistir. Alimenta a esperança, os laços familiares e a vontade de viver, onde quer que seja!

Ps: Agradecimento especial para o meu irmão que sempre me indica coisas boas. Sempre.

Ps2:
O governo do Irã creditou o filme como uma sabotagem a cultura Iraniana.
A animação conquistou prêmios como:
Prêmio do júri em Cannes em 2007.
Premiado no Festival de São Paulo

P.S. I love you



Peço licença à todos filmes clássicos já citados aqui no blog para me deleitar em comentários sobre o melodramaromatiquíssimo P.S: I love you. Não é porque o Gerry me conquistou nem porque a Holly é simpática, mas sim porque o diretor
Richard LaGaveneseum sustentou uma história de duas horas no eixo do amor. Este é o objeto maior do filme, pouco importam as histórias particulares, que são retratadas, pouco importam as tolices ou defeitos de cada personagem, o tema central do filme é o amor. É difícil sustentar histórias com um objeto tão abstrato e indefinido quanto o amor. Se ninguém o explica como traduzí-lo em imagens? Eu me refiro aqui ao amor que transcende a relação homem mulher, falo do amor como força regente que pode sustentar uma vida ou fazê-la se perder. Quem sou eu para falar sobre o que é o amor, pretendo apenas constatar a força sustentadora do amor a qual pude imaginar depois de assistir P.S. I love you.

Melodramaromatiquíssimos também fazem pensar...Eu ainda acredito no amor!

P.S.:
o filme é baseado no livro homônimo da escritora irlandesa Cecelia Ahern

Janis Chapman

Poxa! Alguém pode até achar que eu errei o título, ou pensar que tô maluca. Mas, é isso mesmo!?! Não há engano nenhum:


JANIS CHAPMAN


Tá certo que a Janis Joplin é diferente da Tracy Chapman. Isso é fato! Pode até ser que uma não tenha nada a ver com a outra. Mas a música é algo muito maior. E com certeza, é algo que ambas têm em comum.

*** Escolhi dois vídeos, um de cada cantora só pra notar as diferenças e semelhanças. Se é que elas existem.


At This Point in My Life - Tracy Chapman



Janis Joplin - Piece of my heart



Se, por um lado, a Janis Joplin teve uma carreira super rápida, interrompida aos 27 anos, o contrário aconteceu com a Tracy Chapman. Janis nasceu no Texas em 1943 e começou a carreira cantando country e blues na década de 60. Já a Tracy é de Cleveland, Ohio, e nasceu em 30 de março de 1964. Bom! É uma diferença significativa tanto de estilo quanto de época.

Tracy é uma cantora tímida e está longe das performances de Janis Joplin, suas músicas são simples e fáceis de ouvir, porém suas letras são carregadas de mensagens. Alcançou o sucesso cedo. Chapman começou a carreira ainda jovem, com apenas 18 anos. A música Fast Car foi uma das canções que impulsionou sua carreira. De fato, não é possível ouvir suas canções, interpretadas com uma voz autêntica, e não se encantar com a emoção, reflexões sociais e culturais que a cantora transmite no palco. Com certeza, ela canta com a alma. Em relação a suas atuações públicas, a cantora participou da festa de 70 anos de Nelson Mandela. Sendo uma figura da música reconhecida da década de 80.


Janis Lee Joplin uma das principais cantoras do final da década de 60. Encantou com canções de rock, blues, folk. Sua voz era também um de seus diferenciais. Potente, transgressora e com atitude. Não é por menos que suas músicas são consideradas clássicos do rock. Longe da timidez de Chapman, Janis viveu a vida intensamente, tanto que morreu aos 27 de uma overdose de heroína. No contexto histórico nos deparamos com o movimento Hippie e a liberdade. Teve uma carreira muito rápida, mas é bem mais reconhecida que Chapman. Sua voz encantou a todos, uma mistura de rouquidão com sensualidade. Janis também cantava com intensidade, com a alma. Janis iria completar 65 anos em 2008. Sobre as atitudes públicas nos deparamos com uma pessoa nada preconceituosa que ousou romper barreiras racistas.

Se de um lado temos muitas diferenças, como disse anteriormente, ambas são cantoras que fizeram sucesso. Cada uma em sua época e com seu estilo. A voz forte e a determinação podem ser algo que as una. Se não achou nada em comum. Fique tranquilo. Pode ser que tenha forçado um pouco a barra. Porém ambas, hoje, ainda inspiram mentes e corações com suas vozes roucas, graves e imponentes. Isso ninguém pode negar.

Susan Sontag - SOBRE FOTOGRAFIA DIANTE DA DOR DOS OUTROS

Hoje quero falar, assim como Susan Sontag, da dor dos outros. Sobre a dor de ver a dor dos outros com olhar profissional, justamente o que ocorre na realidade dos fotojornalistas de guerra. São eles os produtores das imagens que insitam no mundo a curiosidade mórbida de ver a guerra. Eles não capturam a vida, mas sim o fim dela. De preferência fotografam o pós-vida imediato que poderá trazer mais entreternimento aos voyeristas de plantão. O resultado das fotos de guerra é a criação de pólos conceituais, fruto do imaginário popular. Isso significa que nas mãos do fotojornalista está a decisão de criar heróis ou vilões. Eles podem fazer da fotografia um testemunho histórico dando a ela o signifcado que desejam, basta usar a técnica que evidencia algum personagem, amplia o outro, reduz, aproxima, desfoca ou faz desaparecer. Quero dizer que a técnica com a câmera nas mãos tem poderes manipuladores que podem mudar o rumo de histórias. As fotos possuem maior probidade jornalística quanto menos encenadas forem, porém há uma série de "fakes" que produzem as fotografias com a intenção de fazer "a foto de bom gosto". Mau gosto é encenar, interferir na realidade daquilo que deveria ser um documento visual, pois as imagens têm a autoridade para ser documento.

Voltando à dor dos outros é preciso lembrar que o fotojornalismo de guerra está , muitas vezes, a serviço da espetacularização, é isso que Sontag teme se tornar uma erva daninha para o cenário fotográfico mundial. É a exploração das imagens mórbidas em busca de audiência e venda de jornais, que revelam o pazer inescrupuloso do ser humano por tragédias. Sontag chama isso de exploração do sentimento na fotografia. Eu chamaria de prostituição do sentimento na fotografia. As imagens de guerra são o retrato da dor não só daqueles imortalizados nas fotos, mas sim de suas famílias e amigos que diante da dor do outro podem sentir NADA do mórbido prazer e TUDO do vazio pela perda.

Na retrospectiva das guerras dos século XX e XXI, feita por Sontag, fica claro o quanto as fotografias de tragédias podem ser belas. Sim, é isso mesmo, são fotos belas, bem produzidas, dignas de livros, exposições e simpósios. É claro que análise técnica cabe aos profissioanais da aŕea que são capazes de escolher a fotografia da garota Vietnam, vítima do Napalm, como a imagem do século. Não se espera que os leitores de jornais digam que a composição das fotos e o enquadramento privilegiram a produção de sentido, este é o papel dos profissionais. A visão analítica diante da dor é de exclusividade profissional, os outros, por favor, sintam a dor.


Para quem não conhece a escritora, novelista, e film maker ameriana Susan Sontag, Luana's library está a disposição. Vale a pena engolir as palavras que te deixarão em dúvida sobre o real e virtual, a autenticidade e a manipulação. Palavras que te fazem pensar na relação do homem com as imagens e o quanto isso interfere ou não, na condição humana.

"When we are afraid, we shoot. But when we are nostalgic, we take pictures." (Sontag)

Leiam:
SONTAG, Susan. On Photography, 1977. (Luana's Library - em inglês mesmo)
















SONTAG, Susan. Diante da dor dos outros, 2003



Respeitável Público...


É chegada a hora do show!

Neste mundo existem pessoas que fazem o bem. E para atrapalhar tudo ainda existem aquelas que só servem para prejudicar aqueles que fazem algo. Porém, o pior é a falta de competência de uns que acreditam que podem fazer tudo que desejam.

E mais uma vez a cidade de Belo Horizonte é palco de uma situação considerada desastrosa e desnecessária. A ONG CIRCO DE TODO MUNDO, fundada em 1993, foi despejada no último dia 27 de Outubro. A justificativa do governo estadual parte do cumprimento da reintegração de posse do galpão que é utilizado pela ONG há dez anos.

O pior é que o ato de despejo mostrou total arrogância e despreparo no tratamento com as pessoa. Indignados funcionários e crianças que usufruem do trabalho desenvolvido pela ONG protestaram.



A ONG tem o objetivo de ajudar crianças e adolescentes que estão em suposta situação de vulnerabilidade social. Na faixa etária entre 6 a 18 anos. Crianças que encontraram na ONG a possibilidade de aprender uma atividade que os permita crescer como pessoa. As ruas foram deixadas de lado e o galpão em que funcionava, até a data do despejo, no bairro Instituto Agronômico, era palco de uma demonstração de boa ação. Oficinas de arte e outras atividades em prol da educação dos pequenos eram desenvolvidas.

A arte pode ser uma possibilidade para estas crianças. Se no grande palco da vida, o governo não cumpre seu papel como deveria. Cabe a iniciativas não governamentais procurar promover melhorias para crianças em caso de risco social. Soluções para melhoria das condições da infância brasileira devem ser uma realidade.
Seja no palco circence.
Seja no palco das altas administrações.

O mundo é pequeno demais



Ando pelo mundo...
Tenho uma dor no peito
Que me impedi de seguir

Meu maior erro
É querer abraçar o mundo...

De madrugada tento ludibriar o sono..
Sonho com um sonho meu
E me sinto bem

Numa noite gelada
O frio machuca a alma
Estou ferida

Me perdi no enorme desejo que invadia meu peito

O mundo é maior
Muito maior
Que o sonho meu

No início dá manhã
Sei que corri muito risco
Mas no fundo...

A vontade de abraçar o mundo
Ainda está viva

E muito!

Mesmo que me perca por causa disso
Nunca vou perder este desejo

Em Minas tá bom. Uai!


Gente! melhor impossível!

Quero deixar claro que não sou partidária de nenhum dos dois candidatos que concorrem ao cargo de prefeito pela cidade de Belo Horizonte. Porém, não pude deixar de notar fatos curiosos que estão fazendo deste segundo turno algo histórico. A cidade de BH reconhecida como um colégio eleitoral interessante e com grande visibilidade para o restante do pais. Está passando por momentos muito cômicos e inusitados. Competência, é algo que de longe é visto nesta campanha eleitoral, em que propostas são as únicas coisas que não são apresentadas. Se, de um lado temos um candidato que acreditava ter ganho a eleição por estar respaldado por figuras de peso. Acabou quebrando a cara, as pessoas estão cada vez mais atentas a propostas e menos influenciadas por opiniões alheias. Claro! que tenho que ponderar esta afirmativa, já que ainda existem pessoas que caem em conversas baratas. Do outro aparece Leonardo Quintão, com visibilidade gigantesca, ganhou destaque e acabou com o ego de Aécio e Pimentel. Neste contexto é importante ressaltar que política já não é algo tão previsível como antigamente. Contudo, jogo baixo e falta de profissionalismo são as palavras dá vez nesta história toda. Os assessores dos candidatos são bem fraquinhos, Márcio Lacerda tem uma postura nada agradável diante as câmeras. E, Leonardo Quintão perdeu a linha que seguia no primeiro turno e caiu num marasmo de criticas baixas e infundadas. O que formou neste contexto político Belo Horizontino foi uma das coisas mais engraçadas dos últimos tempos da política mineira. Caixas de e-mails lotadas de críticas e denúncias de ambos os candidatos. Usos de vídeos no YouTube. Além de inserções contínuas na TV. Fizeram desta campanha um caso interessante e divertido. Brincadeiras com o minerês de Quintão e com a corrupção, inexperiência e falta de postura e capacidade de Lacerda revelam que a resposta das urnas no próximo domingo é uma incógnita.

Se não sabe em quem votar. Sinto muito! Também não sei! Qual dos dois é melhor, não sei dizer. O fato, é que toda vez que vejo a guerra particular travada entre os dois protagonistas. Começo a analisar o cúmulo da falta de bom senso e incompetência. Fecho os olhos e me imagino num circo, em que dois palhaços se equilibram em pernas de pau. Escuto as risadas, cada vez mais próximas. Começo a rir também! Álias! pelo menos pra divertir esta palhaçada serve!

STARDUST

s
O FILME

É fantástico, divertido, engraçado, mágico e surpreendente! Adaptação do livro do Niel Gaiman (Já falei sobre ele no post "Inveja pouca é bobagem"). Este filme é mais uma amostra do talento, imaginação e competência de Gaiman. Neste filme dá para encontra de tudo. Desde atores desconhecidos que dão um show na interpretação, até atores de peso, como Michelle Pfeiffer e Robert de Niro em papéis secundários, mas pra lá de inusitados.
Tá certo que o livro do Niel é mais trabalhado e profundo e a adaptação para o cinema sofre alguns cortes. Mas este filme é ótimo para se assistir com o coração aberto a tudo...a VIDA...ao AMOR...a SIMPLICIDADE... e a PUREZA

A história gira em torno de um rapaz que atravessa a fronteira de seu mundo mágico para o mundo real em busca de uma estrela que prometeu a uma bela jovem de sua vila. Porém não é só ele que está atrás da estrela cadente. Três bruxas perversas buscam insaciavelmente a estrela. Além de relatar a história de um rei e seus herdeiros e de um grupo de piratas durões.


O LIVRO


O livro transita entre a literatura e os quadrinhos e sua ilustração é muito bonita. As imagens ilustram o texto. Aborda aspectos mitológicos, o universo fantástico e mágico. Em que tudo é possível...
Neil Gaiman e Charles Vess trazem para o universo adulto, um verdadeiro conto de fadas. A Gaiman coube a maestria das excelentes idéias e a Vess a ilustração. Nesta obra os sonhos ganham destaque, quem melhor do que Neil para falar sobre eles? A fantasia é o limite. Há um muro que separa a fantasia da realidade, com uma pequena e única abertura, que é constantemente vigiada. Com certeza! é uma leitura que prende do início ao fim. Com um leve toque de suspense. Gaiman apresenta várias tramas paralelas que, enfim, se encontram no desenrolar da narrativa. Dá próxima vez que ver uma estrela cadente caindo do céu. Ao invés de fazer um pedido, corra atrás da sua sorte. Busque sua própria estrela. Tenho certeza, de que não vai se arrepender.





Desejei ter um punhado de pó de estrela
Para poder viajar por mundos inóspitos
Formados pelas mais belas paisagens e
habitados pelos mais dignos e majestosos habitantes

Fechei os olhei e voei o mais alto possível
Num lugar em que ninguém poderia me alcançar
Toquei as estrelas e assoprei as nuvens

Mas em um descuido deslizei e cai
Despenquei do céu
Porém a relva macia resolve me acalentar
E num dia maravilhoso
Vi estrelas a me guiar.

Não gastei todo pó de estrela
Ainda guardo comigo um pouco

Na lembrança! Ainda há toda beleza guardada
desta aventura! única e incomparável

Big Brother SP: o espetáculo do horror

Desculpem-me os sensíveis, mas hoje não estou aqui para poupar as palavras. Agora peço a licença dos leitores deste blog para comentar sobre o caso "Lindemberg e Eloá". Confesso que evitei durante toda a semana me inteirar sobre este assunto, mas a imperícia dos envolvidos me irritam e a cobertura da mídia quase me enoja, corroborando para a espetacularização das tragédias.

Bom, o que quero comentar não é o sequestro em si, mas a imagem criada com toda essa situação. A busca por matérias e principalmente por audiências transforma situações como este sequestro em verdadeiros circos (sem comentários para a negociação de Sonia Abraão e o seqüestrador, ao vivo na RedeTv). É um verdadeiro show de exibições. Câmeras para todos os lados e de todos os ângulos, brigas de audiência entre emissoras, discussões e mais discussões com especialistas em estúdio... É um verdadeiro acontecimento, um "espetáculo" e, como tal, precisa de patrocinadores.

Confesso que o ocorrido me fez lembrar de filmes como “O quarto poder” com John Travolta e Dustin Hoffman e “Um dia de cão” com Al Pacino. Em ambos, levados por inusitados motivos, cidadãos desesperados sequestram pessoas e, com o tamanho da exposição, se empolgam com seus atos. No caso de Lindemberg e Eloá tínhamos ainda quase todos os elementos para um blockbuster cinematográfico, exceto pela falta de mocinhos. De fato, pelo absurdo e ridículo da situação o filme seria uma comédia de erros, uma tragédia de obscenidades em que as vidas de duas meninas de 15 anos foram absolutamente desprezadas.

Quem não se lembra do ônibus 174? O tal do Sandro, depois de fazer a PM carioca de palhaça por horas a fio, resolveu se entregar e, bem na hora que tudo ia acabar bem, um soldado do BOPE (ah se o Cap. Nascimento tivesse lá) manda ver com a pistola e acerta em tudo, menos no Sandro.

Se lembram também do caso Isabella Nardoni que, por incontáveis dias, monotematizou jornais, movimentou repórteres, agregou gente fantasiada e sorridente com cartazes em frente as delegacias ou casas de acusados diante de jornalistas e vendedores de pipoca, um verdadeiro espetáculo do horror ? Que fim levou?
Todo o país acompanhou esse caso, não porque fosse único ou pior do que tantas outras tragédias, mas como forma de, em mais um “reality show”, aguardar pelo desfecho para saber se no fim a mocinha morre ou sobrevive. A preocupação foi tanta, que alguns dias depois ninguém mais lembrava de nada e seguimos todos em direção a próxima novela da vida real. E infelizmente parece que o argumento de que o circo é armado em nome da “informação”, vem sendo a justificativa para a espetacularização de toda essa tragédia.

Essa exposição exacerbada é capaz de mexer com nossas fantasias e alimentar um sentimento perigosíssimo: a vaidade. Mas infelizmente é disso que o povo gosta, de fomentar essa indústria que transforma um sequestrador em celebridade. Pagamos pelo que nos vendem e acreditamos no que nos dizem. Para nós, real é o que aparece na tv e só enquanto está na tela. Depois do tiroteio, tragédia e morte entram os comerciais. Afinal, a publicidade está ai pra isso. Pra nos fazer lembrar das ofertas do supermercado, daquele tênis de marca que você está sonhando há dias, entre outros.

É de se lamentar que uma moça de 15 anos como Eloá esteja agora passando por um drama como este, talvez até por incompetência da PM de São Paulo, que resolveu brincar de gênio da lâmpada mágica e atender todas os pedidos e vontades de um bandido safado. Que merda é essa?? Aonde a gente vai parar? Infelizmente essa não foi a primeira, nem será a última vez que situações como essa acontecerão. E sem mais para o momento, boa noite a todos e até o próximo reality show!

O Chatô da propaganda "Na toca dos leões"

Como tudo que é bom deve ser compartilhado, a dica dessa vez vai para “Na toca dos leões”, livro de Fernando Morais que acabei de ler e que conta a história da W/Brasil, uma das agências de propaganda mais premiadas do mundo. (Um oferecimento de Luana’s Library, que tem patrocinado minhas últimas leituras)

Pode parecer mentira, mas há 34 anos, o estouro de um pneu, mudou a história da publicidade no país. E o protagonista desta história é ninguém menos que Washington Olivetto, que aos 19 anos conquistou o seu primeiro Leão no Festival de Cannes - e mais centenas de prêmios que ele colecionaria ao longo da sua vida. Na Toca dos Leões é um interessantíssimo trabalho, tanto para quem é da área da propaganda quanto para quem não é. Para os primeiros, as razões são óbvias. Sem maquiagem, Morais faz um apanhado de aproximadamente três décadas da publicidade no Brasil, contando histórias de bastidores, mostrando polêmicas, acusações de traições, dramas pessoais (como o seqüestro de Olivetto) e revelando como surgiram peças e campanhas que marcaram época. A exemplo disso, o livro mostra parte da cultura de nosso país, uma vez que a W/Brasil (e a DPZ, agência em que Washington trabalhou) criou peças que caíram na boca do povo e hoje fazem parte do dia-a-dia dos brasileiros e brasileiras, como o garoto Bombril e o slogan “O primeiro sutiã a gente nunca esquece”, criado para a Valisére.

Essa tal publicidade, cujo negócio Olivetto entende muito bem, sempre se apoiou sobre um tripé, na qual o lucro, a vaidade e o poder são o seu sustento. Com Washington não poderia ser diferente, mas ao trio de pré-requisitos ele acrescenta ainda criatividade, charme e talento.

Assim como Chateaubriand exerceu enorme influência na construção da indústria das comunicações no Brasil, Olivetto tem no currículo uma inquestionável contribuição à propaganda. Não apenas pelos prêmios que conquistou, mas por ser protagonista da história de consolidação de um modelo de publicidade no país.

Olivetto estreou no mundo publicitário aos 18 anos, como estagiário em uma agência chamada HGP. De lá passou para outras agências maiores, como a Lince e, mais tarde, a Casabranca. Entrou na DPZ em 73 e só sairia de lá 13 anos mais tarde, em 86, para montar seu primeiro próprio negócio: a W/GGK.

Três anos depois a W/GGK se transformaria em W/Brasil, quando Olivetto e seus dois sócios, Gabriel Zellmeister e Javier Llussá adquiriram 100% do negócio. Ela viria a ser uma das agências mais premiadas do mundo. Juntos, os 3 mudaram a cara da propaganda no Brasil.

Agora como estudante de publicidade, fico pensando que desses tempos pra cá o mundo da propaganda vem sofrendo uma crise de vulgaridade e a cada dia torna-se mais difícil sustentar este modelo que até pouco tempo era sinônimo de sucesso. E isso acontece mesmo embora a publicidade tenha buscado escapar do estigma de alienada, exclusivamente ligada ao que há de pior no capitalismo. E quanto a isso precisamos repensar melhor por quais caminhos queremos enveredar, para que este negócio chamado publicidade não seja visto como glamurosa e superficial.

E fica ai a dica. Para quem ainda não conhece o livro, será bacana também descobrir mais sobre a carreira de Washington Olivetto e seu incrível talento e paixão pela profissão. Uma obra obrigatória para publicitários, mas recomendada a todos.

Memórias de uma gueixa



A belíssima produção cinematográfica que foi baseada no romance de Arthur Golden. Conta a história de uma garota que é vendida para a dona de uma casa de gueixas (okiya). A história se passa em 1929, Tóquio é tem uma fotografia muito bonita. Vale a pena assistir!

Mas o que é uma gueixa?

Gueixas (Geisha), Gueigi ou Gueigi são termos utilizados para denominar mulheres japonesas que estudam a tradição milenar da arte da sedução, canto e dança. O significado do termos remete a "pessoa que vive das artes". Além de se destacarem pelo uso de trajes próprios e maquiagem tradicionais. As gueixas residem nas okiya em localidades que são chamadas de hanamachi ("Cidade de Flor"). Mas as belas mulheres vestidas de quimono e rostos pintados não são, como muitos pensam, prostitutas. E seu ofício não esta atribuído ao sexo. Para elas cabe a função de entreter e acompanhar um homem. Não é tão simples assim torna-se uma gueixa, é preciso passar anos estudando música, instrumentos musicais, dança e modos de anfitriã e confidente. Uma gueixa deve mexer com os homens, por isso, toda a ornamentação especial. Nos tempos de recessão do Japão, algumas famílias vendiam suas filhas para as casas de gueixa. As meninas passavam por um treinamento para se tornarem exímias gueixas quando crescessem.

O trabalho das gueixas


A gueixa cabe a escolha de ter relações sexuais com o cliente ou não. Geralmente esta possibilidade ocorre quando a mesma tem mais intimidade. Assim, inicia-se a relação entre a gueixa e o benfeitor (danna). Esta relação deve ser duradoura, e a união de ambos é parecida com o casamento japonês. No fim do relacionamento outra cerimônia é realizada para indicar o término do romance.

O traje

A indumentária das gueixas é bela e ao mesmo tempo difícil de se vestir. Por isso, as gueixas precisam de alguém que as ajude a se vestir. O kimono tem forros, sobreposições e muito pano. E a dobra deve ser feita corretamente. Os kimonos são bem caros e ganham bordados feito a mão. Para completar a roupa as gueixas usam o okobo, o tamanco de madeira. Maquiar-se também é imprescindível para uma gueixa.. Caracterizada pela maquiagem branca e o batom vermelho e os cabelos longos. Assista ao filme, leia sobre a cultura milenar japonesa e descubra curiosidades dessas mulheres, tão belas, tão distantes. Mulheres, somente mulheres