I love Will


Já são três anos sem Will. Mas sua genialidade, simplicidade e maestria em suas publicações vão ficar pra sempre não memória daqueles que conheciam sua forma de trabalho. Se não conhece o cara está perdendo. Que tal começar por "O Edifício", "Um contrato com Deus e outras histórias de cortiço" ou "The Spirit"?!? Já conversei com algumas pessoas que viravam a cara para as HQ's e acabaram gostando de Will Eisner. Admirado por suas idéias, William Erwin Eisner transformou-se em uma lendas dos quadrinhos, assim como o Bob Kane e Jack Kirby, dentre tantos outros. Só para se ter uma noção, a história de Spirit, personagem que defendia a cidade de Central City do crime e que era publicado em uma espécie de suplemento de quadrinhos dos jornais chegou a ter 5 milhões de leitores por semana. Contudo, ao reler as aventuras do policial e investigador, Denny Colt, que dado como morto, aproveita da situação para lutar contra o crime, deparei com uma conclusão um pouco inusitada. Eisner é claro em suas histórias, é ingênuo, mas esta ingenuidade e simplicidade é que concede o tom certo de suas histórias. Narrativas que prendem, mexem com o imaginário e, principalmente, com a sensibilidade. A adaptação do personagem para as telonas somente faz reviver a grandiosidade do produtor desse grandioso herói. Spirit foge do estereótipo dos já conhecidos heróis super poderosos.


Estava na cara que o desenhista e roteirista tinha criado seu estilo e diferenciava-se dos demais. Além de utilizar efeitos considerados avançados na época para recontar suas aventuras nas páginas das HQ's. Eisner investiu no enquadramento cinematográfico e transportou-o para dar mais vida e movimento aos seus desenhos. Utiliza-se também do ângulo, efeitos luminosos. Não é por menos que é reconhecido no meio dos quadrinhos. O desenhista tem em seu currículo uma passagem pelo Exército Americano, durante a segunda grande guerra. Foi contratado para criar cartazes e histórias em quadrinhos para entreter os soldados. Com certeza, a arte seqüencial mereceu ter entre os seus alguém tão talentoso e especial.

Will Eisner foi professor de quadrinhos na "Scholl of Visual Arts" em New York e é autor de "Comics and Sequential Art", além de ter um prêmio com seu nome, o "Eisner Awards".

Para finalizar nada melhor do que a fala do próprio:

"Eu não choro ou grito quando desenho, mas sinto como se isso acontecesse dentro de mim".
"É duro para qualquer artista honesto se tornar influência para outros criadores: Acredito que cada um precisa ter a mesma perspectiva de um jornalista imparcial". Eisner

2 comentários:

  Luana...alma livre escalando sonhos impossíveis

10 de agosto de 2008 às 12:59

Quero comentar o comentário de Eisneir...

Os bons artistas não precisam se aflingir em ser inflência para outros criadores, pois certamente serão. Essa influência é uma premiação,a prova de que a arte é capaz de atingir e inquietar o outro. Assim como as matérias fazem dos jornalistas formadores de opinião, o desenho convida os leitores à reflexões diversas. E que nenhum desenhista se preocupem muito com a imparcialidade porque se livrariam da subjetividade que, por sua vez, é a alma dos desenhos!

  Elisandra Amâncio

12 de agosto de 2008 às 13:27

Que interessante, eu não o conhecia. Vou pesquisar e conhecer o trabalho dele.

Apesar de adorar desenhos, charges e afins, não conheço tantos quanto gostaria. Valeu pela dica. Abs.