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S.O.S - SC

Parece cena de filme. Mas é pura realidade. Santa Catarina está desolada. E a imagem é a mais real possível. Infelizmente.



Quando me deparei com a cena de desolação causada pelas chuvas em Santa Catarina, nestes últimos dias, lembrei do Saramago e de Ensaio sobre a cegueira, principalmente, da cena em que as lojas são saqueadas. Em que a fome e o extinto de sobrevivência falam mais alto. No caso de ambos, a chuva é um personagem comum. Tanto no livro quanto em Santa Catarina. Contudo, a chuva no estado brasileiro fez estragos, vitimou pessoas e destroçou casas. E, a chuva, em ensaio, é o que faltava para reavivar o instinto humano que estava perdido. Perder tudo o que se tem, conquista de muitos anos de trabalho. Perder a visão. Não ver o mundo, suas formas e cores. Não ter nada, se ver perdido, ilhado em incertezas. Parei para pensar que talvez a realidade não esteja tão distante da ficção. Talvez se completem. Estejam ligadas. O instinto de sobrevivência fala mais alto. Mas a humanidade se expressa por meio da solidariedade. Do ato humano, de ajudar o outro. Sem esquecer que a humanidade não pode ser perdida, pois está incutida em nós. Pode ser que, por um momento, para que a humanidade seja resgatada. A solidariedade tenha que renascer.

A demoniocracia do capetalismo

Afinal, a culpa é sempre do capitalismo, não é mesmo?!


Muita gente fala em democracia, mas a força financeira tem sempre o poder de corromper tudo. E você, acha que é racional pensar em democracia numa sociedade capitalista??
Pelo sim ou pelo não, "Ética", "Democracia", "Cidadania", "Igualdade", "Liberdade", entre outras expressões, são somente argumentos inúteis que nada dizem, apenas ocupam espaço na mídia e nos discursos, enquanto o poder econômico é visto como militante da ditadura, espalhando o terror do holocausto na humanidade.

Foi-se os tempos de brilho intelectual das décadas passadas. Hoje, em pleno século XXI, vivemos uma mediocridade neoliberal que só produz o rebotalho, capaz de proferir por trás de uma verborragia absolutamente supérflua. Toda a economia deste começo de século volta-se a uma redução do horizonte epistemológico aos interesses do capital especulativo em detrimento do ser humano que vive, trabalha e ama (ou pelo menos tenta ser como tal).

Engana-se quem acha que foi abolida a escravidão. Hoje, muitos homens trabalham para ser escravos modernos, submissos do capitalismo. Trabalham para ganhar dinheiro ou para acreditar que ganham. A verdade é que a esmagadora maioria da nossa classe trabalhadora já nasce escrava, cresce no pelourinho da rotina, com os açoites ardentes do capitão-do-mato (patrão), trabalha no eito do escritório, com algozes como companheiros de lida, e morre no anonimato da nulidade.


A história se repete todos os dias e o povo está cansado deste fascismo democrático, instaurado pela nossa “demoniocracia”. Mas diante das dores que assolam o mundo ninguém se pergunta, afinal, de quem é a culpa??

Não! A culpa não é do capitalismo! Poderia até me ater a explicar brevemente o seu conceito, assim como isto poderia também me levar a analisar do mesmo modo as religiões, o comunismo, o socialismo, etc. e ver que a culpa não são das idéias. A culpa é que, depois disso tudo, há o homem, o eterno pecado original! (e criador do nosso sistema capitalista)

Quero deixar claro que não cabe aqui a discussão da minha posição a favor ou contra o sistema, mas sim mostrar que ele se estende ao caráter humano. E para que se possa consolidar qualquer ideologia que se proponha a regular ou impor a conduta humana, é necessário uma certa confiança no ser humano, e é aí que começa meu ceticismo, pois até agora a história revela que Hobbes tinha mesmo razão (infelizmente) quando dizia "homo homini lupus" (o homem é o lobo do homem).

Morte ao totalitarismo



MORTE AO TOTALITARISMO

Bem! Não tinha compreendido muito bem o que significava aquele termo. Acho que era porque escutava poucas vezes, talvez fosse por causa da pouca idade. Não sei!
Levantei a mãozinha um pouco temerosa!
- Professora? O que é totalitarismo?
Ela ficou meio assustada e me respondeu algo que satisfez naquele momento.
Alguns anos depois percebi o motivo pelo qual a professora não falou o sentido real do termo. Não tinha nem chegado perto. é triste perceber como os sonhos de criança podem ser mortos por causa do totalitarismo. Talvez ela não desejasse matar meus sonhos. Talvez!
Pra mim qualquer tipo de totalitarismo, seja político ou ideológico é prejudicial a paz e ao sonhos infantis.
Uma idéia absoluta pra mim é totalitária. Acredito que os conflitos e guerras acontecem no mundo devido a idéia que desenvolvemos de ser melhores que outros povos. Com este pensamento estou indo além na essência da significação de tal palavra. Acho que estas lembranças voltaram depois de assistir "Persépolis" (2007).

Hq's e o mundo real


Emaranhado de conceitos e histórias na produção de uma animação. Desenho, animação, emoção, realidade, complexidade histórica, jogo de imagens e reflexão. Isto e muito mais é Persépolis - não posso reduzir este filme a poucos termos, seria injusto-. Quando você vê a capa desta animação, nem imagina que a história vai muito além de histórias infantis. E se, por algum motivo, tem preconceito em relação as adaptações de histórias em quadrinhos, pode esquecer agora! A Hq's que serviu como base para a animação é de Marjane Satrapi, cartunista iraniana, que presenciou a revolução islâmica e suas consequências trágicas em seu pais. Passou por momentos difíceis da história do Irã, ditadura, idéias retrógradas, perseguição, machismo e preconceito.

Ruínas de Persépolis

Vale muito assistir a "Persépolis". A animação em 2 D, autobiográfico, além de ser preto e branco, relata a história de uma garotinha que vive com sua família em Teerã (1978) e presencia a Revolução Islâmica em seu país. E é a pequena Marjane, de nove anos, que
mostra todos os aspectos dessa revolução no dia-a-dia. O legal é que o desenho tem um caráter lúdico, é como se estivesse saindo da cabeça de uma criança. Persépolis revela como a liberdade vai sendo cerceada pelos fundamentalistas e como as pessoas fazem para continuar tendo esperanças. A produção é capaz de sensibilizar e encantar ao mesmo tempo. A inteligência, sensatez e humanidade da personagem central, Marjane, conduzem a história, assim como o conflito vivido no pais. Mostra que não é um grupo totalitário que vai desfazer os planos e sonhos de um povo, muito menos de uma garotinha. Não tão garota mais, que acredita, sempre, que dias melhores virão.
Além de mexer com a sensibilidade do espectador, Persépolis não deixa de ser leve e gostoso de assistir. Alimenta a esperança, os laços familiares e a vontade de viver, onde quer que seja!

Ps: Agradecimento especial para o meu irmão que sempre me indica coisas boas. Sempre.

Ps2:
O governo do Irã creditou o filme como uma sabotagem a cultura Iraniana.
A animação conquistou prêmios como:
Prêmio do júri em Cannes em 2007.
Premiado no Festival de São Paulo

Respeitável Público...


É chegada a hora do show!

Neste mundo existem pessoas que fazem o bem. E para atrapalhar tudo ainda existem aquelas que só servem para prejudicar aqueles que fazem algo. Porém, o pior é a falta de competência de uns que acreditam que podem fazer tudo que desejam.

E mais uma vez a cidade de Belo Horizonte é palco de uma situação considerada desastrosa e desnecessária. A ONG CIRCO DE TODO MUNDO, fundada em 1993, foi despejada no último dia 27 de Outubro. A justificativa do governo estadual parte do cumprimento da reintegração de posse do galpão que é utilizado pela ONG há dez anos.

O pior é que o ato de despejo mostrou total arrogância e despreparo no tratamento com as pessoa. Indignados funcionários e crianças que usufruem do trabalho desenvolvido pela ONG protestaram.



A ONG tem o objetivo de ajudar crianças e adolescentes que estão em suposta situação de vulnerabilidade social. Na faixa etária entre 6 a 18 anos. Crianças que encontraram na ONG a possibilidade de aprender uma atividade que os permita crescer como pessoa. As ruas foram deixadas de lado e o galpão em que funcionava, até a data do despejo, no bairro Instituto Agronômico, era palco de uma demonstração de boa ação. Oficinas de arte e outras atividades em prol da educação dos pequenos eram desenvolvidas.

A arte pode ser uma possibilidade para estas crianças. Se no grande palco da vida, o governo não cumpre seu papel como deveria. Cabe a iniciativas não governamentais procurar promover melhorias para crianças em caso de risco social. Soluções para melhoria das condições da infância brasileira devem ser uma realidade.
Seja no palco circence.
Seja no palco das altas administrações.

Em Minas tá bom. Uai!


Gente! melhor impossível!

Quero deixar claro que não sou partidária de nenhum dos dois candidatos que concorrem ao cargo de prefeito pela cidade de Belo Horizonte. Porém, não pude deixar de notar fatos curiosos que estão fazendo deste segundo turno algo histórico. A cidade de BH reconhecida como um colégio eleitoral interessante e com grande visibilidade para o restante do pais. Está passando por momentos muito cômicos e inusitados. Competência, é algo que de longe é visto nesta campanha eleitoral, em que propostas são as únicas coisas que não são apresentadas. Se, de um lado temos um candidato que acreditava ter ganho a eleição por estar respaldado por figuras de peso. Acabou quebrando a cara, as pessoas estão cada vez mais atentas a propostas e menos influenciadas por opiniões alheias. Claro! que tenho que ponderar esta afirmativa, já que ainda existem pessoas que caem em conversas baratas. Do outro aparece Leonardo Quintão, com visibilidade gigantesca, ganhou destaque e acabou com o ego de Aécio e Pimentel. Neste contexto é importante ressaltar que política já não é algo tão previsível como antigamente. Contudo, jogo baixo e falta de profissionalismo são as palavras dá vez nesta história toda. Os assessores dos candidatos são bem fraquinhos, Márcio Lacerda tem uma postura nada agradável diante as câmeras. E, Leonardo Quintão perdeu a linha que seguia no primeiro turno e caiu num marasmo de criticas baixas e infundadas. O que formou neste contexto político Belo Horizontino foi uma das coisas mais engraçadas dos últimos tempos da política mineira. Caixas de e-mails lotadas de críticas e denúncias de ambos os candidatos. Usos de vídeos no YouTube. Além de inserções contínuas na TV. Fizeram desta campanha um caso interessante e divertido. Brincadeiras com o minerês de Quintão e com a corrupção, inexperiência e falta de postura e capacidade de Lacerda revelam que a resposta das urnas no próximo domingo é uma incógnita.

Se não sabe em quem votar. Sinto muito! Também não sei! Qual dos dois é melhor, não sei dizer. O fato, é que toda vez que vejo a guerra particular travada entre os dois protagonistas. Começo a analisar o cúmulo da falta de bom senso e incompetência. Fecho os olhos e me imagino num circo, em que dois palhaços se equilibram em pernas de pau. Escuto as risadas, cada vez mais próximas. Começo a rir também! Álias! pelo menos pra divertir esta palhaçada serve!

Big Brother SP: o espetáculo do horror

Desculpem-me os sensíveis, mas hoje não estou aqui para poupar as palavras. Agora peço a licença dos leitores deste blog para comentar sobre o caso "Lindemberg e Eloá". Confesso que evitei durante toda a semana me inteirar sobre este assunto, mas a imperícia dos envolvidos me irritam e a cobertura da mídia quase me enoja, corroborando para a espetacularização das tragédias.

Bom, o que quero comentar não é o sequestro em si, mas a imagem criada com toda essa situação. A busca por matérias e principalmente por audiências transforma situações como este sequestro em verdadeiros circos (sem comentários para a negociação de Sonia Abraão e o seqüestrador, ao vivo na RedeTv). É um verdadeiro show de exibições. Câmeras para todos os lados e de todos os ângulos, brigas de audiência entre emissoras, discussões e mais discussões com especialistas em estúdio... É um verdadeiro acontecimento, um "espetáculo" e, como tal, precisa de patrocinadores.

Confesso que o ocorrido me fez lembrar de filmes como “O quarto poder” com John Travolta e Dustin Hoffman e “Um dia de cão” com Al Pacino. Em ambos, levados por inusitados motivos, cidadãos desesperados sequestram pessoas e, com o tamanho da exposição, se empolgam com seus atos. No caso de Lindemberg e Eloá tínhamos ainda quase todos os elementos para um blockbuster cinematográfico, exceto pela falta de mocinhos. De fato, pelo absurdo e ridículo da situação o filme seria uma comédia de erros, uma tragédia de obscenidades em que as vidas de duas meninas de 15 anos foram absolutamente desprezadas.

Quem não se lembra do ônibus 174? O tal do Sandro, depois de fazer a PM carioca de palhaça por horas a fio, resolveu se entregar e, bem na hora que tudo ia acabar bem, um soldado do BOPE (ah se o Cap. Nascimento tivesse lá) manda ver com a pistola e acerta em tudo, menos no Sandro.

Se lembram também do caso Isabella Nardoni que, por incontáveis dias, monotematizou jornais, movimentou repórteres, agregou gente fantasiada e sorridente com cartazes em frente as delegacias ou casas de acusados diante de jornalistas e vendedores de pipoca, um verdadeiro espetáculo do horror ? Que fim levou?
Todo o país acompanhou esse caso, não porque fosse único ou pior do que tantas outras tragédias, mas como forma de, em mais um “reality show”, aguardar pelo desfecho para saber se no fim a mocinha morre ou sobrevive. A preocupação foi tanta, que alguns dias depois ninguém mais lembrava de nada e seguimos todos em direção a próxima novela da vida real. E infelizmente parece que o argumento de que o circo é armado em nome da “informação”, vem sendo a justificativa para a espetacularização de toda essa tragédia.

Essa exposição exacerbada é capaz de mexer com nossas fantasias e alimentar um sentimento perigosíssimo: a vaidade. Mas infelizmente é disso que o povo gosta, de fomentar essa indústria que transforma um sequestrador em celebridade. Pagamos pelo que nos vendem e acreditamos no que nos dizem. Para nós, real é o que aparece na tv e só enquanto está na tela. Depois do tiroteio, tragédia e morte entram os comerciais. Afinal, a publicidade está ai pra isso. Pra nos fazer lembrar das ofertas do supermercado, daquele tênis de marca que você está sonhando há dias, entre outros.

É de se lamentar que uma moça de 15 anos como Eloá esteja agora passando por um drama como este, talvez até por incompetência da PM de São Paulo, que resolveu brincar de gênio da lâmpada mágica e atender todas os pedidos e vontades de um bandido safado. Que merda é essa?? Aonde a gente vai parar? Infelizmente essa não foi a primeira, nem será a última vez que situações como essa acontecerão. E sem mais para o momento, boa noite a todos e até o próximo reality show!

O clássico do marketing político: David Axelrod ou Joseph Goebbels?


E na sua opnião, qual o melhor marketeiro da história?
A pergunta acima foi retirada de um artigo escrito pelo designer e escritor do blog "Advertido", Gabriel Jacob. Vários são os assuntos que preencheram e continuam dando pano pra manga nos noticiários durante esse ano, e não estou falando de Daniel Dantas, nem Celso Pitta, muito menos da Dercy, pobre alma milenar que voltou a seu planeta de origem. Falo de algo que pode mudar a atitude de muito norte-americano a partir do final do ano que são as eleições para o novo presidente dos EUA.
Com certeza não poderia deixar de falar de campanha eleitoral e verbal, coisa que político sabe fazer melhor do que ninguém.
Durante a história, tivemos grandes homens que desempenharam um trabalho grandioso neste segmento. Um deles é Joseph Goebbels, “Ministro da Propaganda” do governo Nazista, admirável, não pela sua ideologia, mas pela sua capacidade de fazer um único líder (Hitler) mobilizar milhões de pessoas por uma causa nada convencional. O que quero chamar atenção, hoje, é para uma análise do incomparável design - e marketing - de uma das melhores e mais bem produzidas campanhas políticas dos ultimos tempos, feita pelo marketeiro David Axelrod, para o canditado a presidência dos EUA Barak Obama.

Antes de começar, você sabe quanto tempo a Coca-Cola levou para vender pingentes, brindes, ter sua marca como "grife" fora de seus produtos? E para criar uma legião de fanboys, dispostos a mostrar o "amor pela marca"?

Pense nisso. Não é uma tarefa fácil.

Muito está sendo falado da influência e impacto que a internet e as redes sociais online podem ter sobre a política. De como essas ferramentas podem ser utilizadas pelos candidatos a um cargo público para estabelecerem uma relação direta com seu eleitorado. A campanha do senador Barack Obama criou uma rede social própria. Isso é uma solução inteligente e bom aproveitamento da tecnologia. Muito mais inteligente do que enviar mala direta para dois milhões de pessoas ou propagandear sites alheios e redes sociais... Além disso, o design gráfico também merece destaque. Obama criou uma própria grife, personalizada, levando a identidade visual da sua campanha. Nenhum outro canditado tem a presença tão forte devido a marca como Barak, que para os designers de hoje é algo relevante.
As várias mídias atingidas também incluem vídeos/jingles que são melhores do que muito CD que é lançado por aí, e conta com a participação de diversas celebridades.

Bom...ganhando ou não as eleições, com certeza a campanha política de Barak Obama vai entrar para a história. E o mais interessante são os resultados atingidos com um ótimo trabalho de design e desenvolvimento web. Sem duvida é uma grande oportunidade para agencias digitais nas proximas eleições aqui no Brasil. Quem sabe até lá os candidados brasileiros não se dão conta da importância de uma boa comunicação visual?!

Salvador, Isabel e Paula



Quando conheci Salvador, Isabela e Paula percebi que a história de um país depende de pessoas que não apenas fazem a diferença, mas que são a diferença. Conheci Salvador nas aulas de História do Cleiton e a mim foi apresentado um grande marxista que pincelou a história do Chile rumo à construção do socialismo. Nada mais marcante do que sua voz no rádio em um discurso inflamado, o último antes da morte, no Palácio de La Modena. O Golpe de Pinochet sucumbiu Salvador e levou o marxista ao topo da históra chilena. Anos depois quando conheci Isabel, já já conto como foi, ela me apresentou um Salvador diferente, como um tio distante que iniciou a vida política imbuído de um idealismo panfletário, porém elegante. Enfim, minha relação com Salvador ainda mudará com o passar dos anos quando um outro alguém me apresentá-lo novamente. Conheci Isabel em A Casa dos Espíritos, é claro que já escutara falar dela antes, mas neste momento ficamos mais íntimas. Ela é a mais chilena de todas as peruanas que conheço e conquista amigos-leitores com facilidade de quem tem histórias sensacionais para contar e sabe contá-las muito bem. O que ela nos diz de sua família é muito íntimo e ao mesmo tempo comum porque se compartilha a ternura nas nostalgias da infância, adolescência e vida adulta. É por isso que amo as biografias, porque elas são tudo de mim. Logo depois de A Casa dos Espíritos fiquei mais próxima de Isabel não pelo fato de ler Paula, mas por conhecer dentro destas histórias uma jovem chamada Paula. Ali está Isabel mãe-mulher resgatando a Isabel menina. Então, conheci Paula em um momento difícil desta jovem, mas que a mim não foi apresentada em prostação pela porfiria. Conheci uma filha viva fruto de histórias...resultado de histórias...desfecho de histórias... Quando uma mãe expõe as minúcias de ser mãe pode rechear os casos de um monte de lembranças ou elementos políticos, porém o destaque será sempre o aspecto de mãe contadora de histórias. É assim que Isabel nos emociona falando de sua filha Paula.
Estes três personagens tem em comum o reconhecimento mundial que só Allendes alcançaram. Salvador como presidente, Isabel como escritora e Paula como a filha da escritora de Paula.

ps> a imagem é de Arnd Schultheiss e chama-se "12 de Setembro de 1973" o dia após o Golpe Militar chileno e a morte de Salvador Allende.

África dos sonhos



O continente africano sofre há tempos. Na época da colonização à ridícula divisão territorial que intensificou o conflito existente no pais. Em nenhum momentos as diferenças foram respeitas. Aliás, a palavra diferenças serve muito bem para exemplificar extremos africanos. Um lugar que possui riquezas, mas estas não são exploradas de forma legal, na maioria das vezes. O que se vê, ao analisar a África é a falta de saneamento, condições de subsistência, de auto-sustentação, baixo investimento educacional. Enfim, um desafio de décadas. Este cenário é intensificado pela ajuda internacional que somente distribui alimentos aos moradores. Mas até que ponto isto é o certo a fazer. E não é. Soluções devem ser pensadas a longo prazo. E o continente deseja andar com suas próprias pernas. O aumento do preço dos alimentos atinge em cheio os países mais pobres que ainda não estão estruturados o suficiente para se promoverem sozinhos. Políticas que visam apenas promover a imagem da Onu, das Nações Unidas retardam a libertação da África. Como libertação estou referindo a um governo que possa oferecer condições básicas de vida a seu povo. O que deve ser feito é um investimento pesado em educação. Ensinar técnicas de produção de alimento, estudos de solo e plantio. Movimentar a economia, desenvolver condições de subsistência. Aí, sim poderemos contar com o desenvolvimento. Com a tão esperada virada de mesa africana. Então, não vamos ver casos de genocídios e conflitos internos. Nem oscilações gigantescas na economia. Em que um único pão custa mais tão caro que nem sei quanto é.


O meu sonho não é uma utopia. É plausível, pode tornar-se realidade. Porém depende da adoção de politicas certas que não tenham como finalidade a visibilidade ou jogos políticos, mas sejam pautadas por um espírito humanitário e um desejo de tornar a África, um lugar auto-sustentável e digno de viver.

A mídia e a Infância roubada


Ao todo morrem no Brasil cerca de 16 crianças e adolescentes por dia vitimas de homicídios de acordo com dados da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância). O número é expressivo e deve levantar discussões sobre a gravidade do problema.
A mídia, alguns veículos em geral, adotam uma postura sensacionalista ao apresentar ocorrências de mortes trágicas na infância. Centenas de crianças sem nome, raça ou cor sequer aparecem na telona ou nos jornais. Os pequenos transformam-se em números que são descartados para serem apresentados na TV. Geralmente, escolhe-se um caso que vai merecer destaque nas manchetes até que não interesse mais. Logo, toda raiva brutal que emerge na sociedade com casos de mortes violentas, será esquecida, assim como as demais crianças que são abusadas e espancadas, até mesmo pelos próprios familiares, serão facilmente apagadas de nossas lembranças.
Infelizmente a violência praticada por familiares torna-se corriqueira.
Não se pode ignorar as estatísticas, dados levantados pela pesquisa do Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo apontam nos últimos dez anos a morte de 522 crianças em decorrência de violência praticada em casa pelospais biológicos ou adultos responsáveis. É preciso transformar as estatísticas em possíveis soluções.
A mídia deve apenas apresentar casos banais e fulgazes, além de fornecer entretenimento. Ou pode ser um canal que também promova discussões e reflexões. É possível acreditar que a produção de conteúdo televisivo possa ser mais criativa e bem elaborada. Só assim, evita-se cair num sensacionalismo barato que usa de rostos e nomes para se promover. A mídia, em geral, cabe o papel de mediadora na apresentação de problemas sociais e deve incentivar reflexões.
A produção de informação transita entre uma linha bastante tênue. De um lado a produção de qualidade, do outro a banalização, empobrecimento e perda de identificação social.


Até quando estes números de mortandade de crianças indefesas vai ser renegado?

O "eu" e a pátria



A nossa verdade interior nos situa num individualismo às vezes involuntário, mesmo que o compromisso coletivo seja idealizado por todos os cidadãos. Uma casa, paz, saúde, emprego e felicidade; geralmente desejamos estes bens a todos, mas a busca real deste conjunto é particular e independente.

Busco o sucesso naquilo que me julgo
competente e capacitada, a pátria não tem me proporcionado as alegrias que sozinha alcanço. Luto pela minha felicidade e daquelas pessoa que amo e mesmo que eu ame minha pátria, não posso concluir que luto pela felicidade dela. Planejo um futuro melhor pra mim e se isto for bom para a pátria, foi apenas por acaso.
A vontade real era discursar mais coletivamente, mas não teria argumentos convincentes ao leitor sobre as vatagens de lutar pelo grupo
. É complicado tentar mobilizar verdades individuais acertando-as num bem comum. Esta missão não cabe a mim, nem a você nem à um terceiro. Ou seja, ninguém faz "eles não estão interessados em mudar o mundo".
Minha verdade é produto da minha realidade. A verdade do poder é outra, por isso é tão difícil unir-se às várias verdades populares, afinal as realidades se contrastam, e muito! Se a massa não fosse tão
massa e houvesse uma harmonização de interesses, tavez fosse mais fácil desfazer desigualdades. Assim, talvez o universitário se formaria e traria discussões públicas sobre o que aprendeu, trasnformando questões individuais em discussões coletivas. Pena que a educação perdeu este caráter de prestação de serviço público e tornou-se um meio de ascensão enconômica.
Preocupo-me em ser feliz e viver harmoniosamente na pátria. Queria que a pátria estivesse mais dentro de mim, fosse mais a minha cara e assim, poderia fazer mais por ela. Dizem que eu sou a pátria, mas isto não me parece verdade, pois somos diferentes. Eu sou feliz, a pátria, não.