Mostrando postagens com marcador filme. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador filme. Mostrar todas as postagens

S.O.S - SC

Parece cena de filme. Mas é pura realidade. Santa Catarina está desolada. E a imagem é a mais real possível. Infelizmente.



Quando me deparei com a cena de desolação causada pelas chuvas em Santa Catarina, nestes últimos dias, lembrei do Saramago e de Ensaio sobre a cegueira, principalmente, da cena em que as lojas são saqueadas. Em que a fome e o extinto de sobrevivência falam mais alto. No caso de ambos, a chuva é um personagem comum. Tanto no livro quanto em Santa Catarina. Contudo, a chuva no estado brasileiro fez estragos, vitimou pessoas e destroçou casas. E, a chuva, em ensaio, é o que faltava para reavivar o instinto humano que estava perdido. Perder tudo o que se tem, conquista de muitos anos de trabalho. Perder a visão. Não ver o mundo, suas formas e cores. Não ter nada, se ver perdido, ilhado em incertezas. Parei para pensar que talvez a realidade não esteja tão distante da ficção. Talvez se completem. Estejam ligadas. O instinto de sobrevivência fala mais alto. Mas a humanidade se expressa por meio da solidariedade. Do ato humano, de ajudar o outro. Sem esquecer que a humanidade não pode ser perdida, pois está incutida em nós. Pode ser que, por um momento, para que a humanidade seja resgatada. A solidariedade tenha que renascer.

Morte ao totalitarismo



MORTE AO TOTALITARISMO

Bem! Não tinha compreendido muito bem o que significava aquele termo. Acho que era porque escutava poucas vezes, talvez fosse por causa da pouca idade. Não sei!
Levantei a mãozinha um pouco temerosa!
- Professora? O que é totalitarismo?
Ela ficou meio assustada e me respondeu algo que satisfez naquele momento.
Alguns anos depois percebi o motivo pelo qual a professora não falou o sentido real do termo. Não tinha nem chegado perto. é triste perceber como os sonhos de criança podem ser mortos por causa do totalitarismo. Talvez ela não desejasse matar meus sonhos. Talvez!
Pra mim qualquer tipo de totalitarismo, seja político ou ideológico é prejudicial a paz e ao sonhos infantis.
Uma idéia absoluta pra mim é totalitária. Acredito que os conflitos e guerras acontecem no mundo devido a idéia que desenvolvemos de ser melhores que outros povos. Com este pensamento estou indo além na essência da significação de tal palavra. Acho que estas lembranças voltaram depois de assistir "Persépolis" (2007).

Hq's e o mundo real


Emaranhado de conceitos e histórias na produção de uma animação. Desenho, animação, emoção, realidade, complexidade histórica, jogo de imagens e reflexão. Isto e muito mais é Persépolis - não posso reduzir este filme a poucos termos, seria injusto-. Quando você vê a capa desta animação, nem imagina que a história vai muito além de histórias infantis. E se, por algum motivo, tem preconceito em relação as adaptações de histórias em quadrinhos, pode esquecer agora! A Hq's que serviu como base para a animação é de Marjane Satrapi, cartunista iraniana, que presenciou a revolução islâmica e suas consequências trágicas em seu pais. Passou por momentos difíceis da história do Irã, ditadura, idéias retrógradas, perseguição, machismo e preconceito.

Ruínas de Persépolis

Vale muito assistir a "Persépolis". A animação em 2 D, autobiográfico, além de ser preto e branco, relata a história de uma garotinha que vive com sua família em Teerã (1978) e presencia a Revolução Islâmica em seu país. E é a pequena Marjane, de nove anos, que
mostra todos os aspectos dessa revolução no dia-a-dia. O legal é que o desenho tem um caráter lúdico, é como se estivesse saindo da cabeça de uma criança. Persépolis revela como a liberdade vai sendo cerceada pelos fundamentalistas e como as pessoas fazem para continuar tendo esperanças. A produção é capaz de sensibilizar e encantar ao mesmo tempo. A inteligência, sensatez e humanidade da personagem central, Marjane, conduzem a história, assim como o conflito vivido no pais. Mostra que não é um grupo totalitário que vai desfazer os planos e sonhos de um povo, muito menos de uma garotinha. Não tão garota mais, que acredita, sempre, que dias melhores virão.
Além de mexer com a sensibilidade do espectador, Persépolis não deixa de ser leve e gostoso de assistir. Alimenta a esperança, os laços familiares e a vontade de viver, onde quer que seja!

Ps: Agradecimento especial para o meu irmão que sempre me indica coisas boas. Sempre.

Ps2:
O governo do Irã creditou o filme como uma sabotagem a cultura Iraniana.
A animação conquistou prêmios como:
Prêmio do júri em Cannes em 2007.
Premiado no Festival de São Paulo

Memórias de uma gueixa



A belíssima produção cinematográfica que foi baseada no romance de Arthur Golden. Conta a história de uma garota que é vendida para a dona de uma casa de gueixas (okiya). A história se passa em 1929, Tóquio é tem uma fotografia muito bonita. Vale a pena assistir!

Mas o que é uma gueixa?

Gueixas (Geisha), Gueigi ou Gueigi são termos utilizados para denominar mulheres japonesas que estudam a tradição milenar da arte da sedução, canto e dança. O significado do termos remete a "pessoa que vive das artes". Além de se destacarem pelo uso de trajes próprios e maquiagem tradicionais. As gueixas residem nas okiya em localidades que são chamadas de hanamachi ("Cidade de Flor"). Mas as belas mulheres vestidas de quimono e rostos pintados não são, como muitos pensam, prostitutas. E seu ofício não esta atribuído ao sexo. Para elas cabe a função de entreter e acompanhar um homem. Não é tão simples assim torna-se uma gueixa, é preciso passar anos estudando música, instrumentos musicais, dança e modos de anfitriã e confidente. Uma gueixa deve mexer com os homens, por isso, toda a ornamentação especial. Nos tempos de recessão do Japão, algumas famílias vendiam suas filhas para as casas de gueixa. As meninas passavam por um treinamento para se tornarem exímias gueixas quando crescessem.

O trabalho das gueixas


A gueixa cabe a escolha de ter relações sexuais com o cliente ou não. Geralmente esta possibilidade ocorre quando a mesma tem mais intimidade. Assim, inicia-se a relação entre a gueixa e o benfeitor (danna). Esta relação deve ser duradoura, e a união de ambos é parecida com o casamento japonês. No fim do relacionamento outra cerimônia é realizada para indicar o término do romance.

O traje

A indumentária das gueixas é bela e ao mesmo tempo difícil de se vestir. Por isso, as gueixas precisam de alguém que as ajude a se vestir. O kimono tem forros, sobreposições e muito pano. E a dobra deve ser feita corretamente. Os kimonos são bem caros e ganham bordados feito a mão. Para completar a roupa as gueixas usam o okobo, o tamanco de madeira. Maquiar-se também é imprescindível para uma gueixa.. Caracterizada pela maquiagem branca e o batom vermelho e os cabelos longos. Assista ao filme, leia sobre a cultura milenar japonesa e descubra curiosidades dessas mulheres, tão belas, tão distantes. Mulheres, somente mulheres

Into the Wild


Não sei dizer até que ponto este filme mexeu comigo, mas poderia muito bem voltar e assisti-lo mais uma vez. Me senti de encontro a natureza poética, selvagem e real. Ao longo da exibição da película me transformei em uma espécie de cúmplice de Alexander Supertramp, um tipo de pseudônimo adquirido por Chirs, o personagem central da narrativa. Tanto que fiquei com uma vontade de ler o livro homônimo de Jon Krakauer que serviu como base para realizar o roteiro de Na Natureza Selvagem e foi dirigido pelo ator e diretor Sean Penn. Não é apenas por relatar uma história real, a sensibilidade como a vida do aventureiro é contada atrai o espectador e acende nele a vontade de ser como Christopher Johnson McCandles, ou, então que pelo menos se fique na torcida. É o exemplo de abandono das convenções que nos rodeiam a todo o tempo e a busca pela liberdade nas coisas simples. Em Na Natureza Selvagem são os desejos mais íntimos de liberdade e realização de sonhos que regem a trajetória do jovem McCandles. Tudo encanta em Into the Wild, mas as belas paisagens, mais remotas e divergentes é o que fazem da fotografia da produção belíssima. A trilha sonora concede ao filme o que faltava, é como se completasse a narrativa. Belas imagens, dialogo e interpretação convincentes e, por fim, canções muito bem escolhidas. Eddie Vedder, ex-vocalista do Pearl Jam, compôs algumas músicas da trilha sonora da produção. A emoção e o desejo de liberdade levam Chris em busca de uma aventura tão grande que possa o deixar em total estado de isolamento e contemplação. O interessante é que ao longo de sua jornada o jovem encontra personagens bem interessantes, cada um pertencente a seu mundo particular. Into the wild é a troca de experiências, das relações humanas que fazem com que o aventureiro deseje cada vez mais ir de encontro a sua grande aventura e encontrar a felicidade que tanto almeja.

Ilusões, sonhos, vícios e limites em Requiem for a dream



Não há como ser o mesmo depois de assistir Réquiem para um sonho. Neste filme o vício transita por uma linha tênue entre o prazer e a obsessão. A história gira em torno da loucura do vício de drogas em geral. E mostra como os personagens, inicialmente, esperançosos e sonhadores deixam tudo isso escapar ao sentirem-se pressionados e perdidos. A narrativa é tão bem amarrada que prende o espectador do início ao fim. Envolvendo-o numa trama cheia de suspense e reviravoltas. Os atores não deixam a desejar com belíssimas e convincentes atuações. O uso excessivo de drogas é abordado e a compulsão também está presente em Réquiem para um sonho. Tudo parte da ausência e frustração que transpõe o limite chegando ao trágico e irrevogável. E é isso que atrai neste filme, o tom cruel e o lado negro. O que representa a verdade se pensarmos em dependência química e seus efeitos. Os atores mostram a horripilante cara da dor e do total desespero. Não é só a atuação, o enredo e a forma como a história é narrada que fazem de Requiem for a dream um filme recomendável e expressivo. A trilha sonora, de muito bom gosto, caiu como uma luva para conceder a Réquiem o tom conturbado e desesperador necessário. O ápice é a cena final. Ao mesmo tempo tão perturbadora, mas digna de ser considerada uma cena completa e encantadora das produções cinematográficas. Se alguns tentam taxar o filme como pura lição de moral, não se engane, Réquiem é incómodo, mas joga limpo o tempo todo. Não há como não envolver-se, o filme é instigante e profundo. Acima de tudo, é uma produção que te leva a pensar nas ações humanas em situações adversas. Qual é o limite entre o prazer e o vício. Até ontem você é capaz de ir.

Godard, política , Nouvelle Vague e religião


O percurso político de Jean-Luc Godard é refletido em seu filmes, não como caráter panfletário mas como um interesse em lançar um olhar crítico e poético sobre o mundo. O cineasta apenas retrata uma visão histórica engajada na posição de formador de opinião pelo viés cultural. O diretor aborda temas polêmicos, como guerras e assassinatos, mostrando o reflexo destes na sociedade. A polêmica de Godard alcançou o Brasil nos anos 80 em um embate com a Rede Globo . Já foi chamado de anarquistas e marxista, lunático, direitista e esquerdista, anti-comunista e antifascista (mas enfim por acaso ele é cineasta). Apenas o fato de estar inserido na Nouvelle Vague já o torna um cineasta ambíguo politicamente. Isso porque faz de suas obras um dispositivo ideológico que perde o caráter neutro para um discurso esquerdista. Além disso, a relação de Godard com a Nouvelle Vague extrapola o contexto social e alcança a discussão da produção cinematográfica. Ele subverteu os gêneros do cinema americano, quebrou a narrativa em fragmentos e incorporou a eles trechos de literatura, quadrinhos, música erudita e artes plásticas. O lugar do homem no mundo é uma das maiores preocupações de Godard, pois analisa a sociedade dentro de diferentes contextos históricos mostrando a reação da pessoas em situações variadas. Une-se a isso, a visão pessimista do diretor sobre o mundo e que se reflete na religião, já que ele não considera que essa possa salvar a humanidade da perdição. Para ele as palavras sagradas não adiantariam em nada para a salvação dos homens e acredita que a imagem poderá alcançar tal objetivo. É praticamente uma relação de religiosidade com a imagem.
Os exemplos:
Política - Made in USA, 1966: Godard faz um filme de guerra não típico, ou seja, ele mostra o outro lado da guerra, o lado da conspiração política, do que acontece por trás. Outra característica marcante neste filme além do estilo político é o chamado NOAR, pois apresenta cenas misteriosas, escuras e conspiradoras. Atores atuam como se estivessem dando um depoimento, eles e a câmera. Apesar de político Godard imprime neutralidade ao filme mostrando os dois lados do fascismo. Isso é representado principalmente pela atriz que transita pelos dois lados da guerra, o a favor e o contra, ela esteve em ambos contextos para alcançar seus objetivos.
Nouvelle Vague - Nouvelle Vague, 1990: talvez seja uma forma de explicar o período da Nouvelle Vague. A forma “godardiana” de fazer cinema, descontinuidade narrativa, planos abertos e sem cortes. Talvez seja um filme metafórico no qual não se assassina um homem e sim um modo de fazer cinema, não se salva uma mulher e sim um conceito de liberdade cinematográfica.

Religião - Nossa Música, 2004: Godard demonstra como a guerra leva os seres humanos ao extremo de sua crueldade e como esses reagem diante de pessoas de raças ou religiões diferentes. “Em 1995, em uma entrevista no Festival de Cine de Montreal, Godard destacou que o cinema está perto da religião, já que em cada enquadramento se percebe uma determinada relação entre o homem e o mundo. O paraíso, parte final de Nossa música, nos translada a uma região onde o homem perdeu sua relação com o mundo, e um dos sinais disso é dado por Olga, um dos personagens centrais do filme, ao destacar que quanto mais longe olha, ela mesma já não consegue se encontrar.”